Cidades

Três assassinos em ação

Relatório do Instituto de Criminalística da Polícia Civil, a ser encaminhado à 1ª DP na próxima semana, mostrará que o casal Villela e a empregada Francisca da Silva foram sedados e rendidos antes de morrer

postado em 24/10/2009 07:30
Laboratório do Instituto de Criminalística da Polícia Civil do DF: os peritos ainda não teriam conseguido estabelecer a ordem das mortesTrês pessoas executaram os Villela e a principal empregada da família. Segundo a lógica dos peritos do Instituto de Criminalística (IC), José Guilherme Villela, 73 anos, Maria Carvalho Mendes Villela, 69, e Francisca Nascimento da Silva, 58, foram dopados por um dos assassinos, rendidos por outro e esfaqueados pelo terceiro bandido. A conclusão ; à qual o Correio teve acesso com exclusividade por meio de uma fonte da própria polícia ; faz parte de um relatório que o IC deve encaminhar na próxima semana à 1; Delegacia (Asa Sul).

Os peritos, porém, não conseguiram estabelecer a ordem das mortes. Mas a posição e o número de facadas, além da falta de sinais que indicam qualquer tipo de reação das vítimas, levaram os especialistas a acreditar que o crime que chocou o Distrito Federal foi cometido por mais de duas pessoas. Até agora, dois homens (1)estão presos e são apontados como suspeitos de terem ligação com o triplo assassinato ocorrido em 28 de agosto. Além disso, um terceiro homem havia sido visto por uma testemunha na companhia desses suspeitos. O trio estava, de acordo com o denunciante, em um carro na 513 Sul na tarde do crime. Os homicídios ocorreram entre as 19h30 e as 20h30, mas os corpos só foram encontrados três dias depois, na noite de 31 de agosto. O cenário da tragédia: a residência dos Villela, o apartamento 601/602 do Bloco C da 113 Sul.

Faltam, no entanto, algumas respostas que poderão ser esclarecidas somente com a divulgação do laudo definitivo, como qual dos três assassinos teria limpado as digitais nas paredes e móveis do apartamento. A motivação do crime, por enquanto, ainda não foi definida. Duas hipóteses figuram como as mais prováveis: latrocínio (roubo com morte) ou crime encomendado. A primeira ganhou força nos últimos dias, mas a segunda ainda não está totalmente descartada.

Depoimentos
Para tentar decifrar esse enigma, a delegada Martha Vargas já ouviu mais de 100 depoimentos. Ontem, pelo menos 11 pessoas foram ouvidas. Elas estão na lista de 37 intimações feitas pela polícia na última quinta-feira. Os nomes surgiram com a abertura do sigilo telefônico dos familiares do casal Villela. Durante todo o dia, os 11 prestaram esclarecimentos a três delegados que trabalham na unidade policial que investiga o caso.

A delegada-chefe da unidade, Marta Vargas, e equipes de investigadores fizeram diligências para checar denúncias recebidas pelo telefone 197 depois que as fotos das joias levadas durante o crime foram divulgadas pela imprensa na quarta-feira. Desde então, a polícia recebeu mais de 50 ligações referentes ao triplo homicídio e à localização das peças. Os agentes esperam chegar aos receptadores dos itens e, a partir deles, rastrear os assassinos ; seja pela confirmação de que os autores são os que estão presos, seja pela identificação de outras pessoas.

Por volta das 20h, Martha Vargas voltou à delegacia acompanhada de um agente e de um homem que seria uma testemunha. O carro em que estavam veio escoltado por outra equipe de policiais do distrito. Ao sair, às 22h, a delegada conduziu em seu carro oficial uma mulher. Enquanto isso, a outra testemunha foi transportada em outro veículo por dois agentes.


Outras acusações
Os dois homens suspeitos de envolvimento no triplo homicídio ; identificados como D. e A. ; são mantidos presos por outros crimes. D. foi flagrado em um carro roubado e é acusado de pistolagem, clonagem de veículos e de fazer parte de um grupo de extermínio ligado a uma facção criminosa de São Paulo. A. participaria do esquema de roubo de carros. Os dois são primos. A polícia busca evidências que comprovem as suspeitas para indiciar a dupla pelo crime da 113 Sul.

O número
197
Número do Disque-Denúncia da Polícia Civil. As pessoas não precisam se identificar no telefonema

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