Cidades

Ajustes finais na Câmara

Com a nova sede quase concluída, deputados distritais vão decidir qual obra de arte será exibida na entrada do prédio

Ana Maria Campos
postado em 24/10/2009 07:25

<i>Vista aérea da nova sede da Câmara, ao lado do Eixo Monumental: primeira sessão em dezembro</i>

Depois de oito anos desde a abertura do canteiro de obras, a construção da nova sede da Câmara Legislativa chegou à reta final. Ainda neste ano haverá uma sessão no plenário, provavelmente a votação do orçamento para 2010. A mudança definitiva ocorrerá já no início dos trabalhos em fevereiro, depois do recesso parlamentar. Uma das providências que o presidente da Casa, Leonardo Prudente (DEM), vai discutir com os colegas é a escolha de uma obra de arte que será exibida na entrada do prédio. A intenção é encontrar algo que represente o Legislativo local e Brasília.

Prudente disse ao Correio que estuda duas hipóteses: a criação de um painel com azulejos de Athos Bulcão a serem cedidos pela fundação que leva o nome do artista plástico ou um concurso público para a seleção de uma pintura ou escultura. A peça será exposta no saguão de acesso da nova sede do Poder Legislativo local, no Eixo Monumental. ;Todo prédio público tem uma obra de arte;, explica Prudente. No Distrito Federal, essa regra é prevista em duas leis de autoria do ex-deputado César Lacerda (PSDB) e do hoje senador Gim Argello (PTB-DF), aprovadas em 1999 e 2001.

De acordo com a legislação, todo edifício ou praça, com área igual ou superior a mil metros quadrados, que vier a ser construído deverá conter, em lugar de destaque ou fazendo parte integrante do empreendimento, uma escultura, pintura, mural ou relevo escultórico de autor preferencialmente residente no DF. Além de estabelecer a obra de arte na sede, outra questão a ser decidida é o local onde serão depositados os seis retratos hoje expostos na entrada do prédio onde os deputados distritais trabalham desde a fundação da Câmara (leia Memória).

Na entrada do prédio, na Asa Norte, há desde 2003 uma exposição da imagem de seis ex-presidentes. Prudente disse que não sabe ainda o que fazer com as peças. ;Com certeza, não ficarão na entrada da nova sede;, afirma. Para o deputado Alírio Neto (PPS), ex-presidente da Câmara, licenciado do mandato no exercício do cargo de secretário de Justiça e Cidadania, os quadros não deveriam ficar em lugar de destaque. Ele também não quis ser retratado como os antecessores. ;Acho que poderíamos fazer uma galeria de presidentes com fotos, com ocorre na Câmara e no Senado. Esses quadros poderiam ser guardados, por exemplo, na biblioteca;, analisa.

Na avaliação de Alírio, a nova obra de arte a ser escolhida deveria representar um conceito popular referente aos pioneiros. O deputado José Antônio Reguffe (PDT) é radicalmente contra a aplicação de recursos públicos com essa finalidade. ;Se for colocar uma obra de arte, que seja a que custe menos para o contribuinte;, analisa o pedetista.

No início de novembro, os deputados poderão visitar um show-room montado para avaliação dos detalhes dos gabinetes parlamentares antes da mudança. Nessa fase, os distritais ainda não poderão ver a decoração dos novos locais de trabalho, mas terão uma noção da divisão dos espaços reservados às atividades a partir do próximo ano.


"Acho que poderíamos fazer uma galeria de presidentes com fotos, com ocorre na Câmara e no Senado. Esses quadros poderiam ser guardados, por exemplo, na biblioteca"
Alírio Neto, deputado distrital licenciado







Memória

Os quadros de R$ 64 mil

Com a nova sede quase concluída, deputados distritais vão decidir qual obra de arte será exibida na entrada do prédioQuem chega na Câmara Legislativa, logo na entrada, vê uma galeria com seis quadros pintados a óleo sobre tela que retratam os seis primeiros presidentes da Casa: Salviano Guimarães (foto), Edmar Pireneus, Benício Tavares, Geraldo Magela, Lúcia Carvalho e Gim Argello. As obras, do artista plástico peruano Rolando Vila, custaram R$ 64.068 aos cofres públicos.

Entre as personalidades pintadas por Vila estão também o ex-presidente da Venezuela Raul Leone, os ex-senadores já falecidos Gilberto Mestrinho e Jefferson Peres, além do deputado federal Osório Adriano (DEM-DF). Os quadros dos ex-presidentes da Câmara saíram por R$ 10.678. A galeria está incompleta desde 2005, quando Fábio Barcellos, hoje no PDT, assumiu o comando da Casa e não quis ser retratado. Alírio Neto (PPS) também não quis um quadro com a sua imagem. O atual presidente, Leonardo Prudente (DEM), pretende manter a posição dos dois antecessores. Não será homenageado com uma pintura.

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