Cidades

Policial aposentado acusado de homicídios e tentativas de assassinato ainda não se apresentou

Ele teria matado dois adolescentes e tentado tirar a vida de outros três jovens. Crimes teriam sido cometidos por vingança

postado em 07/01/2010 08:05
Mesmo com o mandado de prisão decretado por um homicídio e três tentativas de assassinato, o delegado aposentado Waldecy Camêlo não se apresentou à polícia e é considerado foragido da Justiça. Além de ser suspeito de matar um adolescente de 17 anos e de ferir os três amigos da vítima, o policial, que já trabalhou na Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), é investigado por mais um assassinato: o de outro menor cujo corpo foi encontrado perto da Barragem do Decoberto, em Águas Lindas (GO). Ele desapareceu no mesmo dia em que ocorreram os ataques contra os amigos em Brazlândia: no último dia 16. Camêlo é acusado de atacar os jovens para se vingar da morte do filho dele, que aconteceu também no mês passado.

O delegado aposentado foi indiciado no dia 18 por homicídio qualificado e tentativa de assassinato. Na mesma ocasião, o Tribunal do Júri de Brazlândia expediu o mandado de prisão temporária (1). O policial aposentado terá de responder pela morte do menor de 17 anos e a lesão provocada por disparos de arma de fogo em outro adolescente de 16. Segundo os investigadores, os dois foram levados para um matagal de Brazlândia pelo suspeito, que estaria acompanhado de dois cúmplices. Um dos comparsas confessou na 18; Delegacia de Polícia (Brazlândia) ter assistido à barbárie. No mesmo dia, Camêlo também teria capturado outros dois amigos das duas vítimas - um deles é Romeiro Pereira Gregório, 30 anos. Eles tiveram mais sorte e conseguiram fugir.

A investida do delegado aposentado teria sido também em Taguatinga, onde os quatro moravam. No último dia 17, Camêlo, ainda de acordo com os investigadores, encontrou Romeiro na saída de um shopping e tentou colocá-lo dentro do carro - segundo testemunhas, um veículo branco. Policiais militares em patrulha viram a cena e decidiram intervir. A partir dali, Camêlo passou a ser o principal suspeito de matar o adolescente e tentar assassinar os três amigos dele, em Brazlândia. "Ele continua foragido", disse um agente de polícia da 18; DP, informação confirmada pela Comunicação Social da Polícia Civil.

Apresentação
Encaminhado à 21; DP (Taguatinga), no dia 17 de dezembro, ele acabou sendo transferido para Brazlândia. Lá, explicou que apenas queria conversar com Romeiro para saber mais sobre o assassino do filho, Wesley Oliveira Camêlo, 24 anos, e, assim, ajudar a polícia nas investigações. O rapaz morreu em 13 de dezembro de 2009, na porta de uma boate na QS 3 de Taguatinga Sul. Um jovem de 17 anos, apontado como autor dos disparos que mataram Wesley, se apresentou no último dia 28 e está à disposição da Justiça. ;Decidimos não mostrar a fotografia do acusado de matar o filho dele (Camêlo) e pedimos para ele ficar de fora das investigações, afirmou a delegada-chefe da 21; DP, Mônica Ferreira. Ela também confirma que o delegado aposentado não se apresentou à polícia.

Em vez de acatar a ordem da colega, de não intervir no caso, Camêlo teria prosseguido com as buscas aos assassinos do filho dele. O delegado aposentado é também suspeito de ter assassinado o outro adolescente, de 16 anos, em Águas Lindas. O menor estava em casa, quando recebeu uma ligação. Morador da QSD 10, ele saiu por volta das 20h do dia 16 e não voltou mais.

O corpo apareceu próximo da barragem. A polícia acredita que o assassino jogou o cadáver no território goiano para confundir as investigações. Uma vigilante do Hospital de Base, que mora perto da Vila Matias (em Taguatinga), onde ele e os colegas costumavam ficar, viu meu neto entrando num carro branco com três homens dentro", afirmou a avó, a aposentada Abadia Bittencourt, 74 anos. "Há fortes indícios de que ele (o delegado aposentado) tenha cometido esse crime também. Pois este último jovem fazia parte do grupo de pichação dos outros", afirmou Mônica Ferreira.

1 - Prevenção
Criada pela Lei n; 7.960, de 1989, a prisão temporária geralmente é expedida quando a autoridade policial alega que o acusado está dificultando as investigações, como destruindo provas ou coagindo testemunhas. O prazo é de 30 dias. Após isso, a medida provisória restritiva de liberdade aplicada em processo investigatório é a prisão preventiva. Esta pode ser prorrogada por até 90 dias.

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