Cidades

O que o DEM espera

postado em 17/02/2010 08:49
Executiva Nacional do DEM: decisão sobre Paulo Octávio no próximo dia 25O destino político do governador Paulo Octávio dentro de seu partido está em suas próprias mãos. Integrantes da cúpula do DEM avaliam que, se ele conseguir construir um discurso que permita à maioria dos 51 membros da Executiva Nacional votar em seu favor, terá alguma chance de manter a filiação partidária. Se os argumentos para a defesa não convencerem, o governador em exercício estará com os dias contados no Democratas.

Nesses nove dias antes da reunião marcada para a quinta-feira da próxima semana, caberá ao vice-governador mostrar que sua gestão é capaz de apresentar algo novo, que faça o partido lhe conceder um voto de confiança e o benefício da dúvida no que se refere às denúncias apresentadas nos vídeos gravados por Durval Barbosa. Os vídeos exibidos até o momento mostram o policial aposentado Marcelo Toledo dizendo que recebia o dinheiro em nome de Paulo Octávio. Toledo, no entanto, assinou um documento em que diz não ter a autorização de Paulo Octávio para receber recursos. O governador interino sempre negou que o policial fosse um emissário seu.

Ontem, o Paulo Octávio telefonou para o senador Demostenes Torres (DEM-GO), autor do pedido de expulsão a ser apresentado hoje, para dar explicações e tentar demovê-lo das ideias de pedir para afastá-lo do partido e de propor intervenção no diretório do DEM do DF. O governador em exercício ouviu de Demostenes que não há como voltar atrás. ;Eu acho que todos devem sair. O partido não pode mais sofrer desgaste;, disse o senador.

O parlamentar goiano, no entanto, não pertence à Executiva Nacional, apenas o deputado Ronaldo Caiado (GO), que também assinará os pedidos. Uma parcela expressiva da Executiva do DEM é ligada ao ex-presidente Jorge Bornhausen que, em 2006, fez de José Roberto Arruda candidato a governador e Paulo Octávio, a vice. O DEM do DF tem dois votos na Executiva Nacional: o do próprio Paulo Octávio e o secretário de Transportes do GDF, o deputado federal licenciado Alberto Fraga. ;A expulsão e o pedido de intervenção representam hoje uma opinião isolada do Demostenes. Antes, ele mesmo dizia que não havia nada que justificasse a saída do Paulo Octávio. Agora, está levantando isso por uma questão regional. Não se conforma porque o Arruda apoiou o Marconi Perillo (PSDB);, afirmou Fraga, escalado para fazer a defesa do Diretório do DF na Executiva Nacional.

Auditoria
Enquanto a data da reunião não chega, Paulo Octávio vai recebendo as sugestões de seu partido no sentido de dar uma demonstração clara da mudança de tom no governo, como, por exemplo, a nomeação de um economista de um Banco Central para o cargo de secretário de Fazenda, e a busca de uma auditoria sobre todos os contratos. A avaliação geral do DEM é a de que Arruda cometeu três erros: tentou desqualificar a denúncia, permanecer no governo e, em um primeiro momento, se manter candidato à reeleição. Perdeu nas três frentes.

O partido considera que Paulo Octávio, na sua luta para ficar no governo, não pode seguir pelo mesmo caminho de Arruda. A cúpula do DEM avalia que o vice começou bem, ao dizer em entrevista ao Correio na semana passada que não seria candidato a governador e que pretende apenas terminar 2010 de cabeça erguida. Se ficar apenas nesse caminho e provar que fará isso com uma mudança radical no estilo que marcou o governo Arruda, poderá ganhar algum fôlego.


Eu acho que todos devem sair. O partido não pode mais sofrer desgaste;

Demostenes Torres,senador do DEM por Goiás


A expulsão e o pedido de intervenção representam hoje uma opinião isolada do Demostenes;

Alberto Fraga, secretário de Transportes e integrante da Executiva Nacional do DEM

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