Cidades

Roriz quebra o silêncio no PSC

Durante o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV, ex-governador comenta hoje, pela primeira vez, a crise política no Distrito Federal

Helena Mader
postado em 23/02/2010 09:22
Roriz deixou o PMDB e se filiou ao PSC em setembro de 2009De olho nas eleições de outubro, o ex-governador Joaquim Roriz fará seu primeiro pronunciamento público depois do início da crise política. Roriz será o protagonista do programa eleitoral do Partido Social Cristão (PSC), que vai ao ar hoje, na quinta-feira e no sábado. O discurso será transmitido por todas as redes abertas de televisão e rádio, e foi gravado na casa do ex-governador, no Park Way, no último domingo. Sem citar o nome do governador afastado José Roberto Arruda, Roriz classifica o escândalo político como ;vergonhoso; e ;escandaloso; e afirma ser contra a intervenção federal em Brasília. Ao todo, serão 30 inserções, com 30 segundos cada.

Os assessores optaram por gravar o programa sem teleprompter ; equipamento acoplado à câmara que exibe o texto a ser lido. ;A ideia era deixar a gravação com um clima de informalidade, como se ele estivesse conversando com os telespectadores;, revela o assessor de imprensa de Roriz, Paulo Fona. O ex-governador foi orientado a não comentar em público as denúncias de corrupção no governo e os desdobramentos da Operação Caixa de Pandora. O objetivo principal foi atrair ainda mais atenção para o seu pronunciamento partidário na televisão e no rádio.

Em seu discurso, Joaquim Roriz diz que vê com ;indignação; as denúncias de corrupção, mas afirma acreditar em uma decisão do Judiciário para solucionar a crise política da cidade. ;Eu vejo firmeza na Justiça. A Justiça vai punir, vai fazer como ela está fazendo. Por um lado, eu fico com uma profunda decepção. Por outro, cheio de esperança de que a Justiça cumpra seu dever;, diz o texto gravado pelo ex-governador. Dos quatro textos escritos pela assessoria de Roriz, dois falam exclusivamente sobre a possibilidade de intervenção federal. ;Intervenção não é a solução. Ela é traumática. Por outro lado, eu acho que quem tem que resolver isso é a Assembleia Legislativa (Câmara Legislativa);, critica o ex-governador.

Rapidez
No pronunciamento, Roriz vai dizer ainda que os deputados distritais precisam ser mais ágeis na busca por soluções. ;Brasília não pode perder a sua autonomia política, ela é a hospedeira dos três poderes da República;, justifica Roriz, em seu discurso. ;Eu acho que precisa nós discutirmos e buscarmos a unidade da sociedade. Nós estamos apoiando é o soerguimento de uma cidade que nós todos aprendemos a admirar e amar, que é a capital do meu país;, dirá o ex-governador durante o pronunciamento.

Acusado pelos partidários de Arruda de ter orquestrado a divulgação dos vídeos em que políticos aparecem recebendo dinheiro, Roriz nega qualquer envolvimento com as denúncias. ;Não existe nenhuma possibilidade de isso ter acontecido. Ele soube das denúncias pela televisão, depois que estourou a operação Caixa de Pandora. Foi pego de surpresa como todos os brasilienses;, afirma o assessor do ex-governador, Paulo Fona.

Além de ser a estrela do programa local do PSC, Roriz também gravou uma inserção para a transmissão nacional da legenda. Vai falar de suas realizações na área de meio ambiente, quando era governador. Ele vai citar a despoluição do Lago Paranoá e a criação da primeira secretaria de meio ambiente do Brasil.

Joaquim Roriz é filiado ao nanico PSC desde 30 de setembro do ano passado. Pouco mais de dois anos depois de renunciar à vaga no Senado acusado de participar de um negócio nebuloso com o empresário Nenê Constantino, ele deixou o PMDB alegando falta de apoio político para viabilizar sua candidatura ao GDF. No dia da assinatura de sua filiação, o Correio perguntou a Roriz se Arruda seria seu principal adversário em 2010. A resposta foi: ;Hoje pode ser. Amanhã não saberei;.

"Eu vejo firmeza na Justiça. A Justiça vai punir, vai fazer como ela está fazendo. Por um lado, eu fico com uma profunda decepção. Por outro, cheio de esperança de que a Justiça cumpra seu dever"
Joaquim Roriz, ex-governador

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