Cidades

Semana será decisiva para Brunelli e Eurides

Adriana Bernardes
postado em 28/02/2010 08:59
O início da semana será decisivo para dois dos distritais filmados recebendo dinheiro do ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa. Na próxima terça-feira, a deputada Eurides Brito (PMDB) assinará a notificação de abertura de processo por quebra de decoro. Júnior Brunelli (PSC), por sua vez, estaria disposto a apresentar sua carta de renúncia nos próximos dias. O Correio tentou entrevistar os dois parlamentares, mas os assessores de ambos disseram que eles não falariam com a imprensa.

O assessor de Eurides Brito, o coronel Dirnei Arno, assegurou que ela não renunciará. E que ela não daria entrevista ;porque a imprensa distorce tudo o que ela fala;. Em seu blog, Eurides Brito postou o seguinte comentário na sexta-feira passada: ;Informo que o verdadeiro guerreiro não foge da luta. Não são verdadeiras as notícias sobre minha renúncia. Não tive tempo de me defender nem de ter acesso à gravação completa para ouvir o diálogo e o que eu estava fazendo lá: cumprindo tarefa de partido. O verdadeiro guerreiro não abandona a batalha, mesmo que seja morto no caminho. Um abraço e até breve, Eurides Brito;.

A parlamentar teria passado o dia de ontem envolvida em atividades religiosas ao lado da família. Como membro da Igreja Adventista do 7; Dia, ela evita tratar de assuntos de trabalho aos sábados. Após as 19h, porém, a deputada estaria liberada para se reunir com assessores e advogados.

Enquanto Eurides Brito reafirma que não entregará o cargo sem lutar, o deputado Júnior Brunelli (PSC) já estaria com a carta de renúncia pronta. A assessoria de imprensa dele informou que o documento poderá ser entregue amanhã mesmo. A relatora do pedido de quebra por decoro, deputada Erika Kokay (PT), contudo, não desistiu de notificá-lo. ;Estou tentando localizá-lo desde quinta-feira. E vou continuar tentando;, assegurou.

A deputada, inclusive, protocolou um Projeto de Resolução para mudar o Código de Ética, que hoje não fixa prazo para que ocorra a notificação. Erika Kokay quer limitar a três dias úteis o prazo para o relator designado notificar colegas investigados pela Casa. Caso não consiga, publica-se a notificação no Diário Oficial e é aberto o prazo para apresentação de defesa. ;Como todo parlamentar tem obrigação de conhecer o que é publicado no Diário Oficial da Câmara, a notificação passaria a ser automática;, explicou. A deputada pretende aprovar a mudança até terça-feira e publicar no Diário Oficial no dia seguinte, quando passaria a contar o prazo para que Brunelli apresente sua defesa.

No Complexo da Polícia Federal, onde o governador afastado José Roberto Arruda (sem partido) está preso desde 11 de fevereiro, o sábado foi de tranquilidade. Ele recebeu a visita da mulher, Flávia Arruda, e do advogado Thiago Bouza. A primeira-dama chegou 12h25 e permaneceu uma hora e quarenta minutos. Chegou em um Audi preto, com vidros escuros, ocupado por mais duas mulheres, uma delas ao volante. Abriu o vidro do carro o suficiente apenas para entregar o documento de identificação na portaria da PF. Não falou à imprensa. O advogado chegou por volta das 16h, acompanhado de uma mulher não identificada, e também não se pronunciou.

No fim do dia, o ex-senador Aureo Mello (PRN-AM) tentou visitar Arruda, mas foi barrado pela Polícia Federal.Na saída ele defendeu o governador afastado. ;Eu acredito na inocência do Arruda. Isso é armação política;, afirmou. O ex-senador foi o mesmo que apoiou o presidente Fernando Collor de Mello durante o processo de impeachment.

Outro envolvido

O jornalista Weligton Moraes, ex-chefe da Agência de Comunicação do GDF, também vive momentos de expectativa. Preso no Complexo Penitenciário da Papuda desde 12 de fevereiro, aguarda julgamento de um novo pedido de habeas corpus ; a defesa desistiu do primeiro ;, protocolado no Supremo Tribunal Federal (STF) e assinado por novos advogados. O documento foi entregue ao STF na última sexta-feira.

Os advogados sustentam ausência dos requisitos da prisão preventiva e denunciam que ;os fatos apresentados pelo Ministério Público para justificar o encarceramento cautelar confundem-se com o crime pelo qual foi denunciado, situação esta a implicar antecipação de pena;. Segundo o MP, Weligton Moraes seria o interlocutor de Arruda na suposta negociação de suborno ao jornalista Edson Sombra. Na negociação, Sombra receberia dinheiro para desqualificar os vídeos gravados por Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do governo. Por conta do suposto suborno, estão presos na Papuda, além de Weligton, quatro pessoas.

Colaborou Daniel Brito

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