Cidades

Mortes em cirurgias estéticas motivam discussão entre profissionais da área

Guilherme Goulart
postado em 04/04/2010 08:18
O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Sebastião Guerra, pediu cautela para o mais recente caso de suspeita de morte por conta de cirurgias estéticas no Brasil. Mas também revelou preocupação com as seguidas mortes ocorridas na Região Centro-Oeste, mais especificamente em Goiás. ;O que chama a atenção é a quantidade de casos graves em uma mesma região. Estamos extremamente preocupados com o problema, ainda mais porque sabemos que Goiânia conta com excelentes especialistas em cirurgias plásticas. O que está acontecendo, afinal?;, questionou.

Guerra afirmou que vai entrar em contato amanhã com representantes da regional goiana da SBCP e do Conselho Regional de Medicina de Goiás para marcar com urgência uma reunião em Goiânia. Ele quer que a conversa ocorra ainda durante a semana. ;A Sociedade tem perfil educador. Não julgamos nem punimos. Mas é nosso dever discutir o que está acontecendo de errado e corrigir os problemas;, afirmou. Um dos assuntos em pauta, segundo ele, será a morte da paraibana Kelma Gomes.

[SAIBAMAIS]Outro ponto a ser discutido passa pelos perigos do pós-operatório. O cirurgião plástico Luciano Chaves, secretário do Departamento Científico da SBCP, disse que, assim como no caso de Kelma, faz parte da rotina cirúrgica dar alta aos pacientes 24 horas após as operações. É preciso, porém, cumprir a exigência de pelo menos 15 dias de repouso absoluto. ;O cumprimento desse tempo de recuperação é motivo de preocupação há tempos. Fazer uma cirurgia dessas e pegar a estrada logo em seguida é sempre temeroso;, alertou. Kelma voltou para Brasília de carro um dia depois da intervenção.

Chaves acredita que existe a chance de a assessora ter sofrido uma embolia pulmonar. Apesar de sem acesso aos detalhes do caso, o especialista disse que o problema pode ocorrer em pacientes submetidos a cirurgias mais longas. ;É provável que tenha ocorrido uma fatalidade, mas existem várias medidas preventivas que um médico pode tomar para evitar uma embolia pulmonar pós-operatória;, explicou. Faz parte da rotina de Chaves a exigência de que o paciente evite viagens pelo menos 20 dias depois de uma operação.

"É provável que tenha ocorrido uma fatalidade, mas existem várias medidas preventivas que um médico pode tomar para evitar uma embolia pulmonar pós-operatória"
Luciano Chaves, cirurgião plástico

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