Cidades

Passagens aéreas podem ficar mais baratas

A venda de bilhetes com preços menores a partir da semana que vem depende de a Anac autorizar a entrada da Azul na capital

postado em 12/05/2010 08:41
O preço da passagem aérea para Campinas, São Paulo, poderá ficar mais barato para o brasiliense a partir da semana que vem. A companhia Azul, que estreará no Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitschek em 1; de agosto, com três voos diários para a cidade paulista, depende apenas da aprovação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para começar a venda dos bilhetes. ;Assim que recebermos autorização, iniciaremos as vendas;, revela Gianfranco Beting, diretor de Marketing da Azul, em entrevista ao Correio. O executivo não revelou o valor que será cobrado, mas garantiu que haverá promoções bastante atrativas, seguindo a estratégia da companhia de oferecer tarifas com preços abaixo do mercado para estimular os clientes a experimentar os serviços da empresa.

Para operar a rota, a companhia adquiriu dois novos jatos da Embraer, modelo 195, com capacidade para 118 lugares cada um. ;São dois aviões novinhos, especialmente adquiridos para inaugurar essa linha;, observou Beting. No total, serão oferecidos 354 assentos diários de Brasília para Campinas e outros 354 no sentido contrário, da cidade paulista para a capital federal. Os horários dos voos, em cada um dos sentidos, serão assim distribuídos: um de manhã, um à tarde e outro à noite.

A Anac informou que a Azul entrou com o pedido de hotran (horários de voo autorizados pela agência) em 23 de abril e que a agência tem até 15 de julho para deliberar sobre a autorização. Os horários pleiteados pela Azul, partindo de Brasília, são: 11h16, 15h44 e 20h21. De Campinas, os voos partiriam às 8h42, 13h25 e 17h55.

Novas rotas
A partir da demanda verificada, Brasília poderá ganhar novas rotas da Azul no segundo semestre. ;Vai depender do comportamento do mercado;, disse Beting. Este ano, a companhia receberá mais quatro aeronaves. As perspectivas da companhia para os próximos anos são muito otimistas. Ao longo de 5 anos, as encomendas de jatos da Embraer somam 80 unidades, calçadas na previsão de que a demanda de passageiros por voos domésticos no mercado brasileiro crescerá 2,5 vezes em uma década. ;Em 10 anos, o número de passageiros de transporte aéreo no Brasil passará de 60 milhões para 150 milhões. A gente acredita que isso vai acontecer não só pelo estímulo a quem não podia viajar de avião e passará a poder, como também pelo incentivo ao tráfego de pessoas que podem pagar por um bilhete aéreo, mas não viajavam porque achavam que o serviço era deficiente;, considerou.

Desde que estreou no mercado, há pouco mais de um ano, Brasília sempre esteve no radar da Azul. ;A gente sempre teve a intenção de servir Brasília. Só não fizemos isso antes porque a cidade é dominada por duas empresas (TAM e Gol). Precisávamos ter mais musculatura e receber novos aviões;, disse Beting. O executivo afirmou que não é intenção da companhia roubar passageiros das concorrentes, pois há um grande mercado em potencial no Brasil e, sobretudo, em Brasília. ;Sabemos do mercado que Brasília tem;, concluiu.

Saiba da Azul no Blog da Vida Moderna


Para saber mais
Empresa atua em 20 destinos

A Azul começou a voar em dezembro de 2008, ligando Campinas a Porto Alegre e Campinas a Salvador. Hoje, a companhia conecta 20 destinos: Campinas, Porto Alegre, Curitiba, Maringá, Navegantes, Florianópolis, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campo Grande, Vitória, Salvador, Recife, Maceió, Fortaleza, Natal, Manaus, Goiânia, Cuiabá, Porto Seguro e São Paulo. É a única com uma frota de 15 jatos 100% brasileira, os modernos E-Jets fabricados pela Embraer. A estratégia é vender bilhetes a preços competitivos. A empresa também apostou em espaço maior entre as poltronas (mínimo de 31 polegadas) e um serviço de bordo diferenciado das concorrentes.


Mercado cresce 23,48% em abril

O mercado de aviação brasileiro obteve crescimento de 23,48% em abril na comparação com março, conforme dados divulgados ontem pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A grande beneficiada foi a TAM, que depois de ver a Gol encostar com apenas 0,31 ponto percentual de diferença em março, voltou a abrir vantagem de 1,44 ponto percentual, alcançando 42,13% de participação no mercado, contra 40,69% da Gol.

Assim como em meses anteriores, as companhias de menor porte consolidaram posição no ranking nacional. A Webjet figura como a terceira maior companhia, com 5,89% de participação. A Azul aparece em quarto lugar (5,56%), seguida da Avianca ; nova marca da OceanAir ;, com 2,45%. A Trip ocupa a quinta posição, com 2,29% de participação. As companhias de menor porte já representam 17% do mercado. Ao fazer a contraposição dos números de abril com o mesmo mês de 2009, a Passaredo foi a companhia que obteve o maior crescimento: 152%. O segundo melhor índice foi alcançado pela Trip (126%), seguida da Webjet (96%) e da Azul (89%). Nesse intervalo, a Gol cresceu 29% e a TAM registrou expansão de 6%. De janeiro a abril, as companhias brasileiras acumularam alta de 32% na demanda, em relação ao mesmo período de 2009.

Na análise da Link Investimentos, os números expressivos de crescimento do mercado de aviação no Brasil em contraposição com o desempenho de 2009 é resultado da fraca base de comparação, já que o Brasil, assim como o resto do mundo, estava mergulhado na crise mundial. Pelo fato de abril estar inserido no período de baixa temporada, a corretora observa que a taxa de ocupação das aeronaves foi de 64,8%, o que representa um avanço de 1,8 ponto percentual em relação ao mesmo mês do ano passado.

O relatório da Link considera que o setor aéreo brasileiro está passando por um bom momento. A maior preocupação, segundo o relatório, é a infraestrutura aeroportuária, que se mostra insuficiente para atender à demanda em diversos terminais do país. Estudo divulgado pelo Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias, no início do ano, revelou que mutios aeroportos brasileiros estão com a capacidade esgotada e que os investimentos previstos para a ampliação dos terminais para a Copa do Mundo estão aquém das necessidades do mercado. (KM)

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