Cidades

Roriz fecha com o PSDB

Ex-governador confirma a coligação com oito partidos na disputa ao Buriti. Ele ainda tenta garantir o PP e não descarta o DEM

postado em 24/06/2010 07:00

Roriz %u2014 acompanhado da tucana Maria de Lourdes Abadia, que concorrerá ao Senado, e do vice, Jofran Frejat %u2014 festejou o resultado da reunião de ontemAgora é oficial. O PSDB de Maria de Lourdes Abadia e do presidenciável José Serra está com o ex-governador Joaquim Roriz (PSC) na corrida ao Palácio do Buriti. Na tarde de ontem, oito legendas, além do PP, que iniciou as negociações de aliança, confirmaram apoio à candidatura de Roriz ao governo do Distrito Federal. O político ainda tentará dar continuidade às conversas com o DEM, que ensaia uma chapa solo. O lançamento do deputado federal Alberto Fraga para disputar o GDF seria feito ontem, mas acabou adiado.

Com o acerto de ontem, já é possível desenhar a chapa que será liderada por Roriz. O vice é Jofran Frelat, do PR. Uma das vagas ao Senado será de Abadia. A outra está sendo negociada para abrigar Robson Rodovalho, do PP. Até ontem, o partido estava reticente em entrar para a coligação de Roriz, porque a aproximação com o DEM tomaria a vaga majoritária também pleiteada pelo PP de Benedito Domingos. A possibilidade de deserção dos democratas foi a deixa para o início das tratativas com o Partido Progressista.

Evangélicos
Depois de Abadia, que é tida como a ponte entre Roriz e o PSDB nacional, o deputado federal Robson Rodovalho é considerada importante aquisição. Como líder da Igreja Sara Nossa Terra no Brasil, ele arrebanha a simpatia dos evangélicos. O único problema do parlamentar é que o seu posto na Câmara dos Deputados está sendo reclamado pelo DEM na Justiça. Hoje deve entrar em pauta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) processo que pode tirar o mandato de Rodovalho, por infidelidade partidária. No ano passado ele deixou o Democratas e ingressou no PP, depois de tentar, sem êxito, criar uma legenda evangélica. ;Estou tranquilo e confiante em Deus de que vou permancer no cargo;, confia Rodovalho. Na noite de ontem, ele foi à casa de Roriz: ;Tenho todo o interesse nessa coligação. Só precisamos acertar com o partido;.

Durante o encontro com os partidos aliados, Roriz remexeu no passado e deu explicações sobre o porquê da renúncia em julho de 2007, quando deixou o Senado Federal para escapar de um possível processo de cassação. Depois, disse que recebeu de sua equipe jurídica sinalização de que as consequências de sua atitude no passado não deverão tirá-lo da disputa. A alegação da defesa é de que não há contra Roriz nenhuma condenação colegiada, transitada em julgado. O ex-governador chegou a dizer que, se o grupo de colaboradores achar melhor, ele desistiria da candidatura em nome da aliança. O vice de Roriz na chapa fez uma intervenção neste momento: ;Isso não vai acontecer. Se não formos de Roriz, iremos de Joaquim;.

PEDRO DO OVO CONDENADO

O Tribunal Regional Eleitoral do DF condenou o suplente de distrital Pedro do Ovo por propaganda eleitoral em período ilegal. A multa é de R$ 8 mil. Em dezembro de 2009, foram encontrados cartazes apoiados em postes e placas na entrada do Setor Norte do Gama, com congratulações de fim de ano assinadas por Pedro do Ovo. Em defesa, o deputado alegou que os panfletos estavam no nome da empresa Distribuidora Pedro do Ovo, da qual é sócio, e que não faziam menção às eleições. Para o procurador regional eleitoral, Renato Brill, a inscrição ;distribuidora; acima do nome do deputado, em letras garrafais, não afasta a propaganda eleitoral feita fora do período legal.



Quatro perguntas para Joaquim Roriz, candidato do PSC a governador do DF

O senhor conseguiu fechar com oito partidos, inclusive o PSDB. Mas não obteve o apoio do DEM. É uma perda irreversível?
Não. Ainda estou disposto a conversar com o DEM e qualquer outro partido. Só não aceito falar com o PT e o PMDB.

Durante a reunião de hoje (ontem), o senhor chegou a afirmar que pode abrir mão da candidatura se o grupo entender que assim será melhor. É verdade?
É verdade, quero demonstrar à cidade que não estou brigando pelo poder. Em 20 anos de vida pública em Brasília, as coisas sempre me aconteceram naturalmente. Se meu grupo achar que tem alternativa melhor do que eu, aceitarei sem ressentimentos. Mas, enquanto não houver essa pessoa, eu serei candidato. Eu sou candidato.

O deputado Bispo Rodovalho será candidato ao Senado na chapa do senhor?
É o que desejo. O apoio do PP é muito importante, não só pelos nomes que reúne, mas também pelo tempo de televisão que agrega. Conversei com Rodovalho e ele está disposto. Ainda falta, no entanto, confirmar esse posicionamento com Benedito (Domingos, presidente da sigla no DF). Ontem foi o aniversário dele e ele acabou não indo à reunião, mas mandou um representante.

O senhor acha que tem força para derrotar Agnelo e Filippelli?
Não estou interessado em derrotar ninguém, mas de uma coisa tenho certeza: vou vencer o PT e o Filippelli.


Ações na Justiça
Ana Maria Campos

O ex-governador Joaquim Roriz (PSC) vai responder a duas ações judiciais por ter autorizado a compra, sem licitação nem justificativa de preço, de hospital particular, entre dezembro de 2002 e janeiro de 2003, para incorporação ao patrimônio da Secretaria de Saúde. Vendido por R$ 18,3 milhões pelo Banco de Brasília (BRB), o antigo complexo que integrava o Nossa Senhora Aparecida foi avaliado pela Caixa Econômica Federal, antes do negócio, em R$ 15 milhões. Na avaliação dos promotores do Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (Ncoc) do Ministério Público do DF e Territórios, essa diferença de R$ 3,3 milhões representa prejuízo aos cofres públicos.

Em ação de improbidade administrativa contra Roriz e o então secretário de Saúde, Arnaldo Bernardino, o MP pede a devolução de R$ 4, 4 milhões, equivalente à atualização monetária do suposto dano, suspensão dos direitos políticos, pagamento de multa de até R$ 8,8 milhões e proibição de firmar contratos com o Poder Público. Na ação penal, o MP requer a condenação por crime de dispensa ilegal de licitação previsto na Lei n; 8.666/93, com pena prevista de três a cinco anos de detenção e multa. O assessor de imprensa de Roriz, Paulo Fona, mira o MP. Sustenta que a ação é política porque o fato ocorreu em 2003 e o PSC deve lançar no sábado Roriz candidato ao GDF. ;O preço leva em conta o valor do hospital e dos equipamentos. Parece a Operação Zumbi, que ressuscita documentos arquivados.;

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