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Cinco elevadores do anexo do Palácio do Buriti estão interditados

Apenas dois equipamentos estão em funcionamento no edifício que possui 16 andares. Os outros passam por reforma. Bombeiros apontam falhas no sistema de segurança

postado em 30/06/2010 07:32

Apenas dois equipamentos estão em funcionamento no edifício que possui 16 andares. Os outros passam por reforma. Bombeiros apontam falhas no sistema de segurançaApós dois princípios de incêndio consecutivos na casa de máquinas do anexo do Palácio do Buriti, ocorridos na semana passada, cinco dos sete elevadores do prédio foram interditados. O fogo danificou parte da fiação elétrica e do revestimento dos equipamentos. Cinco mil pessoas que circulam no local diariamente, sendo 3 mil funcionários e 2 mil visitantes, estão com dificuldades para transitar dentro do edifício, que tem 16 andares. Apenas dois elevadores estão liberados ; eles contam com sistema operacional independente. Mas, de acordo com servidores, só podem ter acesso ao equipamento aqueles que trabalham nos últimos andares. A saída dos outros é subir e descer de escada ; a cada andar, são 20 degraus. Para diminuir o fluxo de pessoas no local, o Governo do Distrito Federal estuda a possibilidade de transferir parte das secretarias que funcionam no anexo para a atual sede da Câmara Legislativa(1).

De acordo com o GDF, a reforma dos elevadores do prédio começou antes mesmo dos incidentes da semana passada. Mas, diante da iminência de incêndio, cinco deles foram isolados ; a previsão é de que os dois primeiros sejam entregues em setembro. A casa de máquinas será trocada e os elevadores, substituídos por cabinas mais modernas. O investimento no prédio será de R$ 2 milhões. A obra é de responsabilidade da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Segundo a assessoria de imprensa do governo local, é a primeira vez que os elevadores do prédio, construído em 1969, serão substituídos.

;Esses elevadores são uma preocupação antiga. Eles vivem dando problema e colocando em risco a vida das pessoas que trabalham e circulam no anexo do Buriti. Não só os elevadores, mas todo o prédio é muito precário;, reclama o presidente do Sindicato dos Servidores do GDF (Sindser), Cícero Rola. Um funcionário que há 15 anos trabalha no prédio, mas que não quis se identificar, concorda. ;Eu nunca vi uma reforma aqui. O problema é crônico;, relata. A funcionária Camila (nome fictício) , 48 anos, moradora do Cruzeiro, trabalha há sete no anexo e acredita que a reforma dos elevadores já deveria ter sido feita. ;O problema demorou para ser resolvido e agora ficamos totalmente prejudicados;, opina. A servidora pública precisa subir 140 degraus até chegar à sala dela, que fica no 7; andar do prédio.

Na quinta-feira passada , funcionários do anexo do Palácio do Buriti levaram um susto com a fumaça e o cheiro de queimado que vinham dos 15; e 16; andares do prédio. Um princípio de incêndio atingiu a casa de máquina dos elevadores, localizada no último andar do edifício. O Corpo de Bombeiros foi chamado para conter o foco. Os militares vão elaborar um laudo para identificar as causas do incidente ; o documento deve ficar pronto em 15 dias. No dia seguinte, por volta das 9h, houve outro princípio de incêndio no mesmo local. Apesar de haver pouca gente no prédio ; os servidores públicos foram dispensados para assistir ao jogo da Seleção Brasileira contra Portugal pela Copa do Mundo, restando no local apenas os funcionários terceirizados ; o edifício foi interditado.

Vistoria
Três dias depois, o Corpo de Bombeiros fez uma vistoria e constatou diversas irregularidades no prédio, no que se refere ao cumprimento das normas de segurança. Entre elas, a falta de sinalização e iluminação de rotas de fuga de emergência. ;Faltam placas indicativas e desobstruir os corredores. Além disso, não há corrimãos nas escadas;, disse o tenente-coronel Edilson Almeida, chefe da seção de vistoria do Corpo de Bombeiros. Outra exigência dos bombeiros é a ativação do sistema automático que dispara jatos de água quando há aumento de temperatura, chamado de Sprinkler. ;O sistema existe, mas está inoperante;, conta Almeida. Assim que for notificada, a administração do Palácio do Buriti terá 30 dias para se adequar às normas de segurança. O prazo pode ser prorrogado até 180 dias.

Desocupação
Com a desocupação da atual da sede da Câmara Legislativa, o prédio ficará livre para receber parte dos funcionários do anexo do Palácio do Buriti. A previsão é que a transferência para a nova sede do Legislativo, localizada no Setor de Indústria Gráficas (SIG), seja feita gradualmente durante o recesso de julho. A primeira sessão no prédio novo deverá ser realizada em 2 de agosto.

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