Cidades

Cooperativas de ônibus fazem paralisação e pedem aumento de tarifas

postado em 12/04/2011 08:41

Cerca de 250 ônibus de seis cooperativas do Distrito Federal paralisaram as atividades nesta terça-feira (12/4), sem previsão para retornar aos trabalhos. A principal reivindicação dos cooperados é o reajuste de passagens, que hoje custa R$ 1,50, para R$ 2. A interrupção dos serviços de transporte público pela Coopetran, Cootarde, MCS, Cobrataete, Alternativa e Copatargue prejudicaram mais de 90 mil moradores do Gama, Samambaia, Santa Maria, Estrutural, São Sebastião, Recanto das Emas, Ceilândia, Sobradinho, Planaltina, Paranoá e Brazlândia, onde apenas 30% do efetivo dessas empresas está em circulação.

O objetivo inicial dos motoristas e cobradores era fazer uma fila com todos os veículos da frota ao longo do Eixo Monumental, mas não foram autorizados pelos policiais da Companhia de Policiamento Rodoviário (CPRv). Os ônibus, então, seguiram para o estacionamento localizado abaixo do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), com capacidade para 1,2 mil carros, que ficará interditado enquanto os coletivos permanecerem por lá.

De acordo com o criador da Cootarde, Paulo Sérgio dos Santos, a tarifa cobrada está defasada e, caso não haja reajuste, as empresas que, segundo ele, hoje operam no vermelho, poderão ir à falência. "O governo não está cumprindo com o que prometeu. Nós nos reunimos com o DFtrans e com a secretaria de Transportes e ficou definido um edital, que aumentaria a passagem para R$ 2. Durante o governo Arruda a tarifa era R$ 1, depois foi para R$ 1,50, mas não tem condições de as empresas sobreviverem com esse valor. O governo está incentivando a pirataria, as empresas estão rodando com mil ônibus de maneira irregular e nós, que somos corretos, que pagamos", denuncia.

Redistribuição de linhas

De acordo com a assessoria de imprensa do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans), os mil ônibus a que Paulo Sérgio se refere são os veículos antigos, autorizados pelo ex-governador José Roberto Arruda a circularem durante o processo de substituição da antiga pela nova frota.

As cooperativas querem, ainda, a concessão imediata das linhas que pertenciam às vans, retiradas de circulação em 2007. A licitação foi vencida por essas empresas no mesmo ano, e desde então as negociações para operar essas linhas tem sido constantes. "Nós queremos uma reunião com o governador, porque com o DFTrans não adianta negociar mais", reclama Silvano Paixão, representante da Coopetran

A presidente da Cootarde, Marlene Chagas, também reclama do prejuízo. Segundo ela, as perdas, somadas, chegam a R$ 800 mil por mês.

Negociação
O secretário de Transportes, José Walter Vazquez chegou ao local por volta das 9h40 e disse ter sido pego de surpresa pela paralisação. Segundo Vasquez, a secretaria não foi informada e a manifestação se trata de um "lockout" (paralisação de empresas pelos próprios patrões). Uma reunião entre essas duas cooperativas e as autoridades de transportes estava marcada para as 10h de hoje, mas foi cancelada devido ao protesto.

Ainda de acordo com Vasquez, cinco das sete cooperativas seguem com negociações bem sucedidas. Segundo ele, não há interesse do governo de que esses ônibus parem. Ele reconheceu que o edital de 2007/2008 previa a concessão das linhas que eram operadas por vans, mas disse que o governo não descumpriu a licitação. De acordo com Vazquez, não há impedimento para que as empresas que se sentirem prejudicadas deem entrada com processos judiciais.

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