Cidades

Acusado de matar prefeito de Alto Paraíso é interrogado e alega inocência

postado em 14/04/2011 12:30
Durante o primeiro interrogatório em juízo, o marceneiro Ary da Abadia Garcez , 55 anos, acusado de assassinar o prefeito de Alto Paraíso, Divaldo Wiliam Rinco (PSDB) negou todas as acusações contra ele e disse não saber quem foi o autor dos disparos. A audiência pública começou às 9h30 desta quarta-feira (13/4) e só terminou às 4h de hoje, depois que o suspeito respondeu às perguntas da juíza Ana Paula Villas Boas, dos promotores e do assistente de acusação.

Antes de começar o depoimento, a magistrada deixou claro o direito constitucional de permanecer calado sem prejuízos para a defesa, ainda assim, Ary preferiu responder às perguntas. A primeira delas foi se ele já havia sido preso ou respondido a algum processo: ele negou. Ary também disse que a denúncia era falsa e atribuiu o crime a outras pessoas, que ele afirmou não saber quem são.

O marceneiro contou que, na data do crime (2 de setembro de 2010) conversou normalmente com o prefeito em um bar da cidade. No local, também estavam duas mulheres e o vice, Alan Gonçalves. Segundo o acusado, ele e Divaldo teriam saído do estabelecimento para conversar sobre a campanha eleitoral do deputado federal Cláudio Meirelles (PR-GO), sugerindo apoio por parte do político.

Depois da conversa, segundo o suspeito, ele teria saído do bar em direção ao seu caminhão, quando ouviu o primeiro disparo. No momento em que as testemunhas dispersaram, duas pessoas, uma delas armada, o abordaram e perguntaram se ele chamaria a polícia. Ao responder que sim, um dos homens ordenou que ele virasse de costas, atou as mãos e vendou-o, colocando-o dentro de um carro. Em seguida, segundo Ary, a dupla o abandonou na divisa entre Formosa e o Distrito Federal.
[SAIBAMAIS]
Rota de fuga

Após ter sido deixado na rodovia, uma pessoa o teria ajudado a se soltar. Ary alega que pegou carona com um caminhoneiro de Formosa até Sete Lagoas (MG), depois pegou uma outra carona para Três Marias ; também em Minas Gerais. Ele conseguiu, ainda, transporte desta cidade para Betim (MG), percorrendo um total de mais de 1,2 mil quilômetros. Em comum, há o fato de todas as supostas pessoas que teriam transportado o acusado estarem dirigindo caminhões carregados com carvão e não terem parado em postos fiscais. Ary alegou que foi a Betim pois tem parentes lá e foi ameaçado pelos homens encapuzados que, antes de deixá-lo amarrado na rodovia, disseram: ;o senhor que não apareça naquela cidade, senão vai morrer;.

Em resposta ao que foi questionado pelo assistente de acusação, ele disse não ter informado seu nome a nenhum dos caminhoneiros com quem esteve e também não ter perguntado o nome de nenhum deles. Afirmou também não saber nem a distância, nem o caminho percorrido.

Em sua defesa, Ary disse já ter recebido três imóveis de Divaldo e que, nem ele, nem qualquer pessoa da família tinha qualquer desavença com o prefeito. Afirmou também não ter arma e não saber o motivo de haver munição em seu caminhão. Alegou, ainda, que prestava serviços à prefeitura na reforma de móveis escolares.

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