Cidades

Ventanias espalham poeira pelo Distrito Federal

postado em 23/08/2011 08:00
Moradora da Estrutural, Itamara estende as roupas, que logo ficam sujasNão bastasse a baixa umidade do ar, os moradores de áreas onde há pouca vegetação e a poeira é constante sofrem, durante a seca, com as fortes rajadas de vento. Ontem, o Instituto Nacional de Meteorologia do DF (Inmet) registrou, na parte da manhã, ventos com intensidade de 43km/h. De acordo com a meteorologista Márcia Seabra, a presença de uma massa de ar de origem polar, que chegou ao DF no domingo à noite, veio carregada de certa umidade. ;Por isso, o índice que chegava a 20% em vários dias passou para 30% hoje (ontem). Mas, mesmo assim, não temos previsão de chuvas;, explicou ela.

Em geral, as ventanias se formam pela manhã, quando o dia está começando a aquecer. ;Antes de esquentar, há um centro de alta pressão em que o ar é frio e mais pesado. Quando o dia esquenta, o ar fica leve e começa a ventar com mais velocidade;, explicou a meteorologista Odete Chiesa.

Os ventos fortes seguirão até amanhã, quando o fenômeno climático vindo do Sul do Brasil se dispersará do céu de Brasília. Depois disso, a umidade do ar cairá um pouco. ;Temos um aviso de que os percentuais serão, em média, de 20% a 30%;, adiantou Márcia Seabra.

Até as chuvas aparecerem no Cerrado, moradores se desdobram para tirar de casa a areia vermelha que é trazida pelas correntes de ar. Na Estrutural, onde parte das ruas não possui calçadas, a vizinhança é acostumada com a presença da indesejada poeira. A dona de casa Itamara Pinheiro de Sousa, 51 anos, vive em uma das casas populares ao lado do lixão da região. Ela contou ao Correio que ontem presenciou um dos dias mais movimentados do inverno. ;Foi areia para tudo que é lado. Mesmo assim, eu lavei roupas e as pendurei no varal de casa. As brancas são as que mais sofrem com a sujeira;, disse a piauiense.

Vizinha de Itamara, a também dona de casa Ana Paula de Oliveira Dourado, 27 anos, dá um jeitinho para amenizar a poeira. Com uma mangueira nas mãos, ela molha a terra. ;Tenho que limpar a minha casa toda hora. Meu filho de 8 anos acaba ficando com a respiração ruim e tem que tomar remédios;, comentou. Enquanto ela umedecia o chão, a manicure Edileuza Souza, 28, varria o piso de casa depois de presenciar cenas fora do normal. ;Hoje, o vento foi bem forte. Vi vários redemoinhos e muito lixo voando;, lembrou ela.

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