Cidades

Mulher acusada de planejar morte da filha é condenada a 31 anos de prisão

postado em 11/10/2011 20:40
A mulher de 48 anos acusada de planejar a morte da filha para ficar com o namorado da menina foi condenada a 31 anos de prisão em regime fechado. O julgamento teve início às 13h30 desta terça-feira (11/10) e a decisão foi anuciada às 20h30. Cerca de 150 pessoas acompanharam a sessão no Tribunal do Júri de Planaltina. O júri era composto por quatro mulheres e três homens. Conforme decisão mútua dos advogados de defesa e acusação, as testemunhas foram dispensadas por não considerarem um recurso necessário para a decisão do caso. A acusada, que estava livre enquanto respondia o processo, poderá recorrer em liberdade.

A única pessoa a ser interrogada foi a ré, a diarista Gessy da Silva. Ela chorou e encarou o chão durante grande parte do tempo e teve de receber atendimento médico ao ouvir as acusações. Ela foi condenada de acordo com os termos da denúncia do Ministério Público por homicídio e corrupção de menores.

[SAIBAMAIS]A vítima, Thais da Silva Martins, 12, namorava Daniel Peres de Oliveira, 20, havia um ano quando foi assassinada, em dezembro de 2005 em Planaltina, próximo a uma escola pública. A adolescente foi morta a tiros por Wellesson Gonçalves Santarem, que já foi julgado e condenado. A suspeita é de que a mulher, o namorado da filha e o acusado de atirar tenham armado para que ela ficasse com o rapaz.

Defesa

Em sua defesa, a mulher alegou ter procurado a filha até o dia amanhecer sem saber o que havia acontecido com ela. A diarista negou qualquer participação no crime e garantiu que nunca teve intenção de manter um relacionamento amoroso com o rapaz. Segundo ela, Daniel teria feito as acusações de assédio sexual por pressão de policiais que teriam ameaçado a família dele.

O laudo do exame de corpo de delito caracterizou como prova técnica os indícios de morte violenta. Consta nos argumentos da acusação que a mulher deixou o celular desligado durante o dia do crime e deixou de encontrar com a filha em uma parada de ônibus, onde haviam combinado.

Relato do crime

No depoimento prestado em fevereiro de 2006, Daniel contou que não namorava com Gessy, mas que ela teria investido em tentativas para aproximar-se, apesar de sempre ter rejeitado a possibilidade. Ele disse que houve momentos de intimidade e relações sexuais com ela mais de uma vez, mesmo contra sua vontade, com medo de ameaças.

Ainda segundo depoimento de Daniel, a suspeita pediu ajuda para dar um sumiço na namorada, mas ele não imaginava que se tratava da morte da adolescente, mas que ela seria deixada em um lugar longe de casa sem autorização para retornar. Daniel afirmou que a mãe da namorada costumava procurá-lo e tentou ficar com ele depois da morte da filha.

Segundo relato de Daniel, os três adolescentes que resolveram ajudar no pedido feito pela mulher acompanharam a menina até o local onde foi capturada, depuseram contra a mãe, ao contar que ela havia ameaçado de morte e oferecido R$ 100 caso se mantivessem em silêncio. Ele ainda disse que Thaís perguntava porque estavam fazendo aquilo com ela.

Condenação
Weleson foi julgado e condenado a uma pena de 30 anos e oito meses de reclusão em regime inicial fechado. Ainda não há data para o julgamento de Daniel Peres de Oliveira.

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