Cidades

Fãs reclamam da entrega de ingressos para show de Paulinho da Viola

postado em 05/01/2012 08:06
Pessoas aguardam no saguão da sala Villa-Lobos, na esperança de conseguir entradas para o festival: insatisfação
A distribuição dos ingressos para o show de abertura do Festival Internacional de Artes de Brasília, prevista para as 14h de quarta-feira (4), deixou muita gente insatisfeita. A fila para pegar as entradas gratuitamente para os shows de Paulinho da Viola, Reco do Bandolim e do grupo Choro Livre começou a se formar às 10h, segundo o site da Secretaria de Cultura, e antes da abertura dos guichês já havia mais de mil pessoas na espera. O show ocorreu às 21h, na sala Villa-Lobos.

A atriz Ana Regina Neri, fã de Paulinho da Viola, estava indignada. Ela alega que chegou ao local às 12h. ;Os funcionários do teatro informaram que foram distribuídas 800 entradas. Não tinha nem 200 pessoas na minha frente, mas eu não vi a cor do ingresso. Se o evento é feito para o povo, tem que ser para o povo;, desabafou. A professora Aline Mousinho perdeu o horário de almoço para ir ao teatro em busca de um ingresso, mas também saiu de mãos vazias. ;Dão muita cortesia para esses ministérios. Deviam dar para quem gosta. Eu sou fã de Paulinho da Viola. Mesmo sem convite, vou voltar aqui à noite;, prometeu. O argentino Walter Ohringer, que chegou tarde demais, ficou desapontado. ;Eu vim exclusivamente de Buenos Aires para ver o Paulinho da Viola!”

Fátima Prado, técnica de atividades culturais do teatro, disse que o tumulto é comum. ;Toda vez que tem evento gratuito é assim mesmo. Os ingressos acabam rápido e sempre há confusão;, afirmou. Dos 1.307 lugares da Sala Villa-Lobos, 900 seriam destinados ao público e 400 foram reservados para autoridades do governo, de acordo com a gerência do Teatro Nacional.

As informações da coordenação do evento e da gerência do teatro se contradizem. Segundo Fátima de Deus, coordenadora do festival, foram distribuídos ao público 1.100 ingressos. ;Mas cada pessoa recebe duas entradas;, informou. No entanto, de acordo com Fátima Prado, 400 ingressos foram destinados ao alto escalão do governo, convidados do governador e ministérios.

As informações deixaram ainda mais insatisfeitos aqueles que queriam assistir aos shows da noite. ;Acho desonesta essa distribuição. Não justifica que autoridades pagas com recursos públicos tenham ainda mais esse privilégio;, reclamou Yonaré Barros, pedagogo. Mesmo sem ingresso, algumas pessoas permaneceram no teatro em busca de explicações da gerência e da organização do evento.

A coordenadora do festival, realizado com recursos da Secretaria de Cultura, explicou que não foi possível levar as apresentações para um local maior. ;Não tínhamos condições de levar o show para o Centro de Convenções, que tem espaço para 3.100 pessoas, por exemplo, pois não teríamos como pagar a luz e o som que o local pede;, explicou. Fátima de Deus garantiu que, na próxima edição, o festival poderá atender a um público maior. ;Pretendemos levar as atrações para ginásio, pois já fomos procurados por empresas que pretendem patrocinar o evento.; Segundo a coordenadora, entre cachês, passagens, hospedagens, alimentação e transporte interno, será gasto R$1,5 milhão. ;São 54 apresentações com a participação de cerca de 500 artistas, sendo 200 de Brasília e 300 nacionais e internacionais;, informou.

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