Cidades

A casa fala: a memória, a religiosidade e os inventos de Eiichi Sato

Série de reportagens multimídia do Correio mostra as relações afetivas entre as casas e os brasilienses

postado em 24/02/2013 07:00
Série de reportagens multimídia do Correio mostra as relações afetivas entre as casas e os brasilienses Noventa e cinco anos, 1,57m de altura, 55 kg, Eiichi Sato gasta menos de dez minutos para se vestir para o kabuki, dança tradicional japonesa na qual os homens se fantasiam de mulher. Ajusta o quimono na cintura, veste as meias brancas, calça a sandália de borracha, passa grossa camada de pó compacto no rosto, realça os lábios com um batom vermelho-vinho, põe a peruca e está pronto. Pega a sombrinha colorida, liga o som em fita-cassete, e começa a solitárioa coreografia. O kabuki é uma espécie de teatro, dança e mímica, que vem do século 17. Devido à extrema sensualidade dos gestos, em 1629 o governo japonês proibiu que as mulheres o encenassem. Os homens, então, assumiram o papel. Poderia ser uma solução caricata, grotesca ou travestida, mas quando Eiichi Sato começa a evolução na garagem de sua casa em Taguatinga Norte, têm-se um espetáculo de delicadeza feminina nipônica. O dançarino, que se apresenta diante de um painel com a característica paisagem do Monte Fuji, que ele mesmo pintou, trabalhou com a força bruta a maior parte da vida. Roçou, plantou, serrou, pregou, consertou motores de carro, esculpiu, cultivou bicho-da-seda, ganhou medalha no cultivo de tomate, fez óleo de hortelã, foi pedreiro, motorista de táxi. Aos 95, dança, canta em caraoquê, joga gatebol, fabrica brinquedos, inventa artefatos domésticos, cozinha, pinta, vende, viaja e sorri o tempo todo, mesmo quando vai contar uma história assustadora como a de quando foi assaltado ou a dos últimos tempos de vida de sua mulher, Sayo. Para ouvir os áudios, posicione o mouse sobre os ícones, e então, clique no botão de play, na cor verde. A ponte, as engenhocas, o Papai Noel e o painel [VIDEO1] [SAIBAMAIS]Os leques [VIDEO2] O buda, as pedras do Fuji e a mesa que não acaba nunca [VIDEO3] Série de reportagens multimídia do Correio mostra as relações afetivas entre as casas e os brasilienses

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