Cidades

Plus size: brasilienses avessas ao padrão de magreza posam para calendário

O calendário será vendido nos locais de trabalho de cada uma das meninas e na internet

postado em 24/03/2013 07:40
O calendário será vendido nos locais de trabalho de cada uma das meninas e na internet

Em vez de se esconder das câmeras, elas se tornaram alvos de lentes e flashs. Ignoraram a ditadura da magreza exigida das modelos e expuseram as curvas em um calendário lançado neste sábado (23/3). Ao todo, 12 participantes emprestaram a imagem para inspirar e incentivar aquelas que ainda sentem vergonha do corpo. Mais do que isso, a arrecadação obtida com a venda do material servirá para dar suporte ao grupo de 40 mulheres que se reúnem para trocar experiência sobre o mundo de quem não segue os padrões esquálidos da moda.

A ideia surgiu em setembro do ano passado, após o Distrito Federal receber uma etapa do Miss Brasil Plus Size. A empresária Janaína Graciele de Brito, 36 anos, moradora de Planaltina, participou da seletiva e continuou em contato com as concorrentes. ;Fizemos reuniões para a troca de experiências e, aos poucos, foram entrando em contato conosco psicólogos, nutricionistas e esteticistas. Mas tudo isso saiu do nosso bolso, por isso decidimos lançar o calendário e arrecadar dinheiro para continuar esse trabalho;, contou.

Brasília inspira
Cada uma das 12 mulheres que tiveram fotografias estampadas nas páginas do calendário cuidaram da produção e capricharam na roupa e maquiagem. O grupo contratou um
fotógrafo e o valor foi dividido entre todas. Ao fundo da cada imagem, um monumento de Brasília. A professora Dione Gumes, 42 anos, moradora da Candangolândia, participou do projeto. ;Esse foi o meu primeiro trabalho profissional, é uma alegria imensa;, comentou, destacando que hoje está feliz com o corpo. ;O tipo brasileiro não é o das passarelas. Somos grandes, temos quadris fartos. Tenho saúde e não quero perder nada;, completou.

A técnica em assistência social Juliana Souza, 27 anos, moradora de Taguatinga, acredita que o trabalho dará mais visibilidade às mulheres plus size. Principalmente no campo da moda. ;É difícil encontrar roupas da tendência do nosso tamanho, precisamos que os empresários olhem mais para nós, precisamos nos mostrar mais;, sugeriu. A opinião também é compartilhada pela corretora de imóveis Ana Célia Santos, 39. ;É gratificante poder dar mais visibilidade à nossa causa;, concluiu a moradora de Ceilândia.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação