Cidades

Vídeo mostra professora assassinada e suspeito juntos em shopping

As imagens das câmeras do Pátio Brasil revelam a professora Christiane e o acusado de matá-la no mesmo andar do centro comercial e, pouco depois, deixando o local no veículo dela. A polícia investiga se a mulher sofria ameaças. Não há certeza sobre a motivação do crime

Ana Maria Campos
postado em 01/04/2013 06:13

Polícia escolta Walisson Santos Lemos, 23 anos: mistério sobre os motivos que o levaram a matar a vítima
Imagens do sistema de segurança do Pátio Brasil mostram o carregador Walisson Santos Lemos, 23 anos, e a professora Christiane Silva Mattos, 37 anos, andando no shopping, no dia do crime. Ela morreu esganada na última quinta-feira, no Estacionamento 9 do Parque da Cidade. No vídeo, os dois aparecem no mesmo piso do centro de compras. A polícia apura se ela estava sob ameaça. Na filmagem, ela aparece ainda pagando o tíquete de estacionamento, por volta das 14h. A mulher sai dirigindo acompanhada de Walisson, que estava ao lado dela, no banco do carona do carro, um Fiat Bravo. As informações são de várias fontes da Polícia Civil do DF ouvidas pelo Correio.

Os investigadores trabalham com uma convicção: Walisson é o assassino. Ele confessou o homicídio depois que os policiais o identificaram por meio das impressões digitais deixadas no veículo de Christiane. Mas algumas perguntas essenciais precisam ser respondidas. A motivação ainda é uma dúvida, assim como as circunstâncias da abordagem. A polícia não descarta a tese de latrocínio (roubo com morte), mas a linha mais forte é a de homicídio. Walisson já tem passagem pela polícia por duas agressões enquadradas na Lei Maria da Penha. Nas ocorrências, consta que ele atacou uma mulher com quem tinha relação. Um dos pontos analisados é o de que Walisson tenha escolhido a vítima aleatoriamente para matá-la.

Hematomas
A professora Christiane Silva Mattos, 37 anos, lutou para não ser morta por Walisson Santos Lemos, 23 anos. O exame de necropsia feito pelo Instituto de Medicina Legal (IML) constatou que os joelhos da docente apresentavam hematomas. Isso leva à conclusão de que ela teria se debatido para se livrar do assassino e acabou se machucando ao acertar o volante e o painel do carro, um Fiat Bravo. Os legistas ainda identificaram vestígios da unha do assassino no pescoço da vítima, um indicativo da força usada no ataque para tirar a vida da mulher.

O IML também realizou exames mais detalhados no corpo de Christiane, como o toxicológico. Os resultados saem em 15 dias. Um servidor do órgão informou que os procedimentos são corriqueiros e dão mais credibilidade à investigação policial. ;Já vimos em casos semelhantes alguns advogados acusarem a vítima de ter morrido porque estava sob o efeito de drogas. Por isso, optamos por não deixar brechas para futuras contestações;, explicou.

Últimos passos
Antes de ser executada por Walisson, a professora passou em uma loja no subsolo do Pátio Brasil e comprou ovos de Páscoa para a família. O caixa do estabelecimento comercial Daniel Barros disse ter atendido a mulher, que pagou os produtos no cartão de crédito e saiu com uma sacola cheia. ;É muita gente que passa por aqui, mas lembro-me do rosto dela porque era uma pessoa muito educada. Ela me desejou feliz Páscoa e um bom dia de trabalho. Pelo menos na hora, estava sozinha e parecia feliz;, revelou. Os investigadores da 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul) recolheram as imagens captadas no interior do local.

As imagens das câmeras do Pátio Brasil revelam a professora Christiane e o acusado de matá-la no mesmo andar do centro comercial e, pouco depois, deixando o local no veículo dela. A polícia investiga se a mulher sofria ameaças. Não há certeza sobre a motivação do crime

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