Cidades

Quadrilhas recrutam adolescentes para cometerem crimes no DF

Diante da falta de vagas nos centros de internação do Entorno, quadrilhas recrutam adolescentes dos municípios vizinhos para cometer roubos, sequestros e homicídios na capital. Lei obriga que os infratores cumpram pena mais perto de casa

postado em 30/12/2013 07:05

Estrutura precária: a Delegacia de Apuração de Atos Infracionais (Depai), em Luziânia, tem apenas dois agentes para investigar delitos e buscar testemunhas

A falta de vagas para manter os adolescentes infratores internados no Entorno não é um problema limitado à região vizinha ao Distrito Federal. Com a certeza da impunidade nas cidades goianas, jovens em conflito com a lei passaram a ser usados por quadrilhas para roubar carros, traficar e até cometer assassinatos. Eles assumem a linha de frente nos crimes por saberem que, caso sejam apreendidos, dificilmente cumprirão medida socioeducativa em regime fechado.

Há dois dias, o Correio mostra, por meio da série Jovens sem lei, o caos instalado nesses municípios goianos. De cada 10 adolescentes recolhidos pela polícia ; e que a Justiça entende ser necessária a internação;, apenas três são encaminhados, de fato, aos estabelecimentos prisionais construídos exclusivamente para eles. O problema decorre da falta de vagas nos dois centros da região. O Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Luziânia, há um ano, opera com restrições. Uma decisão judicial determinou que o local reduzisse de 60 para 20 a capacidade em virtude de uma reforma promovida pelo estado no prédio. A obra extrapolou o prazo. Já o centro de Formosa está sobrecarregado.

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Os jovens integrantes de organizações criminosas do Entorno recrutados para promover crimes no DF sabem que, mesmo apreendidos em solo brasiliense, serão recambiados para as suas cidades de origem. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) defende que eles devem ser internados no local mais próximo da sua residência (leia O que diz a lei).

Os promotores da Infância e Juventude do DF, todos os meses, encaminham à Justiça goiana processos de menores de 18 anos acusados de roubos, sequestros, tráfico e assassinatos em Brasília para que as medidas sejam executadas no Entorno (veja fac-símile). Foram mais de 40 só em 2013. ;É enorme a quantidade de adolescentes que saem das cidades goianas em busca de bens materiais dos moradores da capital;, frisou o promotor Renato Varalda.

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