Cidades

Abandonado, o cemitério mais antigo de Planaltina é alvo de criminosos

Túmulos foram destruídos e há lixo espalhado pelo local, cercado por casas. Moradores reclamam da falta de segurança. Administração Regional promete revitalização

Renato Alves
postado em 17/01/2014 06:03

A capela do cemitério está danificada, assim como todas as cruzes de túmulos: pelo menos 500 corpos estão enterrados no local, incluindo o de nomes importantes na história de Planaltina

Mais antiga cidade do Distrito Federal, com 154 anos, Planaltina nasceu e cresceu ao redor da capela de São Sebastião e do cemitério anexo a ela. A igrejinha ainda está de pé, tendo sido restaurada recentemente. Por questões sanitárias, o cemitério mudou de lugar há mais de um século. Desde então, continua no Setor Sul, a três quadras do centro histórico. Apesar de manter restos mortais, incluindo os de nomes importantes na consolidação da localidade e na transferência da capital para o Centro-Oeste, o espaço está completamente abandonado. Mantido fechado quase o ano inteiro, ele recebe a visita apenas de bandidos, usuários de drogas e animais, como ratos e cobras. Estes encontram comida e abrigo abundantes em meio ao matagal que encobre os túmulos.

O Cemitério de São Sebastião não recebe sepultamentos há quase 50 anos. Mas ao menos 500 corpos continuam lá, onde muitas pessoas entram pulando o muro baixo ou por entre os buracos abertos nele. No interior, além do mato alto e dos evidentes sinais de vandalismo nos túmulos, há muito lixo espalhado. A capela está destruída, assim como quase todas as cruzes. Lápides foram arrancadas e sepulturas, violadas. Sem fiscalização, a área de 20 mil metros quadrados passou a ser usada como depósito de lixo pela vizinhança. Animais mortos, latas de cerveja e resíduos de obras são jogados no espaço, onde, entre outros, estão os restos mortais de Salviano Monteiro Guimarães, um dos personagens mais ilustres de Planaltina, que contribuiu para o progresso da região e morreu em 1926.

Obra parada
Os vizinhos do Cemitério São Sebastião, que hoje é todo cercado por casas de um e dois pavimentos, reclamam da insegurança criada pelo abandono. ;Como não tem fiscalização, vez ou outra, vem um drogado aí. A vizinhança também não colabora. Muita gente joga lixo no cemitério;, conta a dona de casa Deusdete Xavier de Melo, 56 anos. Nascida e criada em Água Fria (GO), no Entorno do DF, ela se mudou para Planaltina há 28 anos. ;Sempre tive parentes aqui. Dizem até que um dos meus bisavós está enterrado aí (no São Sebastião), mas ninguém faz ideia onde exatamente, pois a maioria dos túmulos não tem placa. Tudo foi arrancado;, lamenta.

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