Cidades

DVDs com filmes e séries respondem por 75% das mídias piratas do DF

O total de torres caseiras replicadoras de mídias apreendidas cresceu 66,8% no último ano

postado em 10/02/2014 06:00

Feira dos Importados: local de maior distribuição de mercadoria pirata

DVDs com filmes e seriados respondem por 75% das apreensões de mídias piratas recolhidas pela Delegacia de Combate aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DCPIM) no Distrito Federal. Somente no ano passado foram apreendidos 340,5 mil cópias de vídeos, contra 353,4 mil unidades em 2012. No entanto, o total de torres caseiras replicadoras de cópias recolhidas em 2012 cresceu 66,8% em relação ao ano anterior.

Na Feira dos Importados, um dos locais de maior venda desse tipo de produto no DF, vendedores explicam a razão da grande procura por consumidores. "Nem todo mundo sabe como baixar um arquivo, convertê-lo e gravá-lo. Aqui, pegam no ponto de assistir", conta, sob condição de anonimato, um dono de banca da feira.

;Todo mundo perde com a pirataria. Só ganha o contrabandista e o pequeno círculo de pessoas ao redor dele;, acredita Luiz Henrique Sampaio, delegado-chefe da DCPIM. Dois polos, diz ele, concentram o fluxo de mídias com conteúdo pirata: a Feira dos Importados de Taguatinga, como ponto de distribuição aos comerciantes e a Feira dos Importados, no SIA, local com maiores vendas ao público.

Segundo o delegado, fábricas domésticas, desmontadas em operações, chegam a superar a marca de 2 mil discos prensados por dia. Cada torre de gravação leva 15 minutos para uma fornada de 10 cópias de uma mídia. Assim, em apenas oito horas, um único aparelho produz 320 réplicas. Embora menor que no ano anterior, o número de gravadoras apreendidos em 2013 ainda beira a média de três por dia.

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;Não há recolhimento de imposto. Se em vez de 200 bancas vendendo CDs clandestinos cria-se 50 lojas, há muito mais beneficiados;, crê. Para ele, o número de falsificadores tende a cair nos próximos anos. Cerca de 150 suspeitos foram presos em 2013 por violação de direito autoral pela especializada no passado. ;Em 2012, iniciamos a repressão sistemática. Há, então, processos em curso há dois anos. Agora vão começar as primeiras condenações por pirataria;, calcula.

No DF, operações desde então encontraram escassos indícios de vínculos de produtos e vendedores de mídias piratas com outras atividades ilícitas. No caso mais grave, em 2012, policiais apreenderam três armas com um dos líderes da maior quadrilha da região, que movimentava valores na casa dos R$ 500 mil. O suspeito, diz Dourado, colecionava armamentos e já havia sido preso antes pela mesma conduta.

Flagrantes nas fronteiras, contudo, demonstram que ao menos na etapa do transporte há mescla entre produtos piratas e armas, de acordo com o secretário executivo do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, do Ministério da Justiça, Rodolfo Tsunetaka. ;Representantes das polícias Federal e Rodoviária, com assento no conselho, relatam que os mesmos comboios trazem diferentes cargas ilegais. Um veículo traz produtos piratas, como CDs e DVDs, e o seguinte vem carregado de armas. Tanto faz: a mesma organização criminosa comercializa qualquer produto que possa trazer lucro.;

Procuradas pela reportagem, por uma semana, as entidades Associação Antipirataria de Cinema e Música (APCM) e Associação Brasileira de Produtores de Disco (ABPD) não se pronunciaram.

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