Cidades

Ciclistas do DF enfrentam perigo para pedalar durante o dia e à noite

Detran mostra que, dos 528 acidentes fatais envolvendo bicicletas, de 2003 a 2013, mais da metade ocorreu durante o dia. Número de óbitos diminuiu 60,8% no período, mas quem pedala pelas vias do DF reclama da insegurança

Adriana Bernardes, Ailim Cabral
postado em 19/04/2014 08:01
Mesmo com a falta de sinalização e iluminação das vias, 49% dos óbitos ocorre à noite

Pedalar em Ceilândia, Planaltina, Samambaia, Taguatinga e São Sebastião é mais arriscado. Dos 528 acidentes envolvendo bicicletas na última década, 127, ou 24%, ocorreram nessas cinco regiões administrativas. Independentemente do local, um levantamento do Departamento de Trânsito (Detran) revela que 51% dos óbitos registrados no período analisado decorreram de acidentes registrados durante o dia e outros 49% durante a noite e a madrugada.

Apesar de as tragédias envolvendo ciclistas terem dado um trégua de 2003 até o ano passado, ativistas cobram medidas que promovam mais segurança e incentivem o uso da bicicleta no dia a dia, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

A bandeira do fim do IPI para bikes é levantada por Ronaldo Alves, representante do Instituto Pedala Brasília ; Mobilidade Sustentável. Ele acredita que o número de ciclistas na cidade tem aumentado e que o governo deve apoiar o movimento. ;É importante que as pessoas não vejam a bicicleta apenas como lazer, mas, sim, como opção viável de transporte, por isso tentamos levar esse projeto para frente;, explica.

As estatísticas das fatalidades envolvendo os ciclistas trazem uma boa notícia. Na última década, houve redução de 60,8% nos acidentes com mortes. No ano passado, 27 perderam a vida enquanto pedalavam e, em 2003, este número ficou em 69 (veja quadro). A redução entre 2013 e 2012 é de 15,6%. Em 10 anos, foram 534 mortos. De acordo com o diretor-geral do Detran, Rômulo Augusto de Castro Felix, a diminuição se deve ao atual mapa cicloviário do DF. ;Quando criamos vias específicas para o ciclista, ele vai sair da via de trânsito, não porque está proibido de trafegar ali, mas porque se sente muito mais seguro na ciclovia;, acrescenta.

Já para Ronaldo, a diminuição no número de acidentes é um reflexo de um trabalho que vem sendo realizado por grupos da sociedade civil. ;Perdi muitos amigos atropelados, mas estamos vendo alguns resultados de 10 anos para cá;, diz. No Distrito Federal, de acordo com dados da Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central (Codeplan), 227 domicílios têm bicicletas.

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