Cidades

Polícia prende colombianos suspeitos de agiotagem e extorsão no DF

A Bacrim 2 é uma continuação da operação realizada em fevereiro deste ano

Jacqueline Saraiva
postado em 18/12/2014 07:40

Um grupo de colombianos foi preso, na manhã desta quinta-feira (18/12), em uma operação da Polícia Civil. Eles são suspeitos de crimes como agiotagem e extorsão. Além das prisões foram apreendidos seis motos, dois carros dinheiro e farta documentação que comprova os delitos. A ação, intitulada Bacrim 2, é feita pela Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, à Ordem Tributária e a Fraudes (Corf). Até por volta de 8h, 11 pessoas haviam sido presas, sendo 10 colombianos, em mandados cumpridos em Águas Claras, Vicente Pires e Taguatinga.

Imagens de carro apreendido: vários documentos também foram encontrados, que comprovam delitos

[SAIBAMAIS]Segundo a investigação da Corf, a organização criminosa, que atua em todo o país, promove empréstimos a juros extorsivos e depois realiza cobranças de forma ameaçadora e violenta. Na ação de hoje, a polícia encontrou uma grande quantidade de documentos com os dados do esquema, em um escritório clandestino, onde era feita a contabilidade dos lucros com os crimes. Os criminosos responderão à Justiça pelos crimes de organização criminosa, extorsão e usura, que é a agiotagem.

Suspeitos são levados presos pela políciaMáfia

A Bacrim 2 é uma continuação da operação realizada em fevereiro deste ano. Na ocasião, a polícia prendeu 17 colombianos acusados dos mesmos crimes. O grupo emprestava dinheiro a juros de 20% do valor total do empréstimo, que deveria ser pago em 20 dias. A cada R$ 10 mil, os agiotas cobravam, diariamente, de segunda-feira a sábado, R$ 600 por dia, o equivalente a 6% de juros. Quando o retorno não era obtido, os colombianos ameaçavam e, ocasionalmente, agrediam os devedores ; a maioria das vítimas era pequenos empresários das feiras populares da capital.



A investigação começou em novembro de 2013 depois de a polícia receber dezenas de denúncias anônimas. Segundo a Corf, os presos alegam que, na Colômbia, esse tipo de atuação é legal. A polícia afirma que o grupo desmantelado no DF é apenas uma célula de uma organização criminosa espalhada pelo Brasil. Há indícios de ações do grupo no Piauí, Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Minas Gerais.

Bacrim é uma abreviação de bandas criminales (grupos criminosos), termo de origem colombiana. Faz referência a uma organização que se formou em 2006, durante o governo do ex-presidente Álvaro Uribe, após a desmobilização da AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia), iniciativa paramilitar para combater as Farc. Os bacrim herdaram diversas atividades ilícitas como narcotráfico, mineração ilegal, extorsão, mas não lutam contra grupos guerrilheiros.

Veja a reportagem da TV Brasília:

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