Cidades

Ex-servidor da Secretaria de Ordem Pública é preso acusado de grilagem

A apuração teve início há quatro meses, a partir de denúncias anônimas e de um flagrante realizado pela polícia por desmatamento e parcelamento de solo

postado em 19/12/2014 06:02
A Polícia Civil prendeu ontem oito suspeitos de grilagem em uma área de preservação ambiental. A Operação Tellus, da 30; Delegacia de Polícia (São Sebastião), ainda procura três acusados. Entre os presos, está Morvan Jorge de Carvalho, 57 anos, ex-funcionário comissionado do GDF que atuava na Secretaria de Ordem Pública e Social (Seops). Segundo os investigadores do caso, ele repassava informações para a quadrilha sobre fiscalização em terras públicas. ;Esse grupo era privilegiado. Ficava sabendo das ações da polícia com antecedência;, explica o delegado-chefe da unidade policial, Érito Cunha. O governo informou, por meio da assessoria de Comunicação, que Morvan foi exonerado há três meses.

[SAIBAMAIS]Os acusados agiam, principalmente, no Morro da Cruz, em São Sebastião. A apuração teve início há quatro meses, a partir de denúncias anônimas e de um flagrante realizado pela polícia por desmatamento e parcelamento de solo. ;Eles atacavam pontos de preservação ambiental;, detalha o delegado. ;Na quarta-feira, perseguimos os envolvidos fora de Brasília para não levantar suspeitas nos outros, que também viajariam.;

Os valores dos lotes variavam entre R$ 15 mil e R$ 30 mil. ;O local começou de maneira irregular, e isso propicia a ação dessas pessoas;, explica Érito. Com os detidos, a polícia apreendeu documentos com selos, carimbos e assinaturas de cartórios. ;Isso levanta a suspeita do envolvimento de mais servidores públicos;, adiantou.

Além disso, os agentes encontraram maconha, cocaína e munição na casa de Morvan. Os oito suspeitos responderão por grilagem de terra, parcelamento irregular e organização criminosa. Dois deles foram autuados em flagrante por posse ilegal de munição. Morvan também será indiciado por corrupção ativa e, se comprovado que ele recebia dinheiro para repassar informações, o grupo se envolve em corrupção passiva. Na delegacia, o ex-servidor da Seops permaneceu em silêncio durante o depoimento. De acordo com o delegado, foram apreendidos R$ 15 mil na casa de Morvan, em Samambaia. No próximo governo, a Seops estará vinculada à futura Secretaria de Gestão do Território e Habitação.

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