Thaís Cunha
postado em 26/12/2014 20:15
Com pagamentos atrasados, os professores da rede pública do Distrito Federal passaram a tarde desta sexta-feira (26/12) reunidos com o secretário de administração pública Wilmar Lacerda para garantir os benefícios atrasados. De acordo com o Sindicato dos Professores, o GDF disse estar empenhado, mas não tem como garantir que o dinheiro será depositado a tempo. O prazo é curto: para não deixar a conta para 2015, o dinheiro deve entrar na conta até terça-feira (30/12).[SAIBAMAIS] Segundo a diretora do Sinpro, Rosilene Corrêa, o 13; dos funcionários temporários e daqueles que fazem aniversário em dezembro, além do reajuste dos aniversariantes de antes de outubro ainda não foram depositados. "Dá uma folha de R$ 70 milhões", calcula.
Agora, o próximo passo é encontrar um espaço na agenda do governador Agnelo Queiroz. "Solicitamos uma reunião com ele na segunda-feira e a secretaria disse que vai tentar abrir um espaço", conta Rosilene. O medo é que o dinheiro não entre na conta até a próxima terça-feira (30/12), último dia útil do ano. "Estamos contando que seja pago dentro desse prazo."
O sindicato já entrou na Justiça e pretende começar a negociar com a equipe de transição do governador eleito Rodrigo Rollemberg, que teme a extensão do problema para o mandato seguinte: ;Vai ficar um pouco de dívida, sim, mas isso é normal. Todo governo deixa um montante para o próximo;, admitiu o secretário de Administração Pública, Wilmar Lacerda, em reportagem publicada no Correio nesta sexta-feira (26/12).
Na última quarta-feira (24/12), o governador Agnelo Queiroz decidiu cancelar uma série de empenhos previstos no orçamento. Sob pressão de greves e protestos, ele autorizou por meio de decreto, o remanejamento de cerca de R$ 1 bilhão para quitar as dívidas com o funcionalismo público.
Crise
Às vésperas da data limite para o pagamento dos servidores do GDF, as secretarias de Administração Pública e de Fazenda publicaram portaria conjunta que prorrogou a data de depósito dos vencimentos de 20 para 30 de dezembro. A decisão pegou os 216 mil funcionários públicos de surpresa porque, nos anos anteriores, o pagamento era feito antes do Natal. O governo explicou que a medida foi necessária para remanejar o orçamento e arcar com as despesas. A crise se arrasta desde outubro e tem sido o principal motivos das últimas paralisações e manifestações.