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Decisão da Justiça prevê adoção internacional de três irmãos de Brasília

Após o processo obrigatório de convivência de 30 dias com a nova família, o casal de gêmeos de 9 anos e a garota de 8 devem se mudar para a Europa

postado em 28/01/2015 07:33
Considerados velhos demais para serem adotados no Brasil, um casal de gêmeos de 9 anos e uma menina de 8, irmãos e nascidos aqui, estão a um passo de ganhar pais franceses. Em decisão unânime, a Comissão Distrital Judiciária de Adoção (CDJA) considerou os interessados aptos a formar uma família. Basta, agora, cumprir o estágio de convivência obrigatório. Nos últimos 14 anos, 26 adoções internacionais foram realizadas no Distrito Federal, onde vivem, atualmente, 63 crianças e adolescentes menores de 17 anos cadastrados no programa.

A última etapa antes da adoção internacional é a convivência. Os estrangeiros precisam permanecer em companhia dos pretensos filhos durante 30 dias, na cidade em que as crianças moram. ;Para evitar falsas expectativas, somente crianças com perfil compatível com o desejado pela família vinculada a organismos internacionais são habilitadas;, informou a secretária executiva da CDJA, Thaís Botelho. Ela prevê que até março a nova família esteja completa, vivendo na Europa.

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Para o presidente da Comissão de Defesa da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) e membro da CDJA, Herbert Alencar, o processo de adoção é cheio de dificuldades, entre as quais estão a diferença de idioma e de cultura. ;As crianças e as famílias têm de ser bem preparadas para as mudanças.; Antes de os casais adotantes chegarem ao Brasil, é comum ambientar as crianças em conversas e atendimentos psicológicos. Em alguns casos, aulas de idiomas são oferecidas por voluntários.

Processos de adoção antigos são conferidos periodicamente pelo Judiciário. Recentemente, Thaís Botelho passou um mês na Itália, onde vivem quase 20 casais que adotaram crianças brasilienses. ;A situação é a melhor possível. Os meninos convivem com tios, avós, amigos e estão totalmente adaptados e felizes.;

O último caso de adoção internacional que se concretizou no DF foi o das irmãs Jaqueline, 9 anos, e Juliana, 12, em dezembro do ano passado. Elas foram para a Itália morar com os novos pais, Gabriele e Mônica, 45 ; um chef de cozinha e uma musicista. Para tocar o processo, o CDJA foi atrás de uma família credenciada pela Autoridade Central Administrativa Federal (ACAF), disposta a receber crianças com o perfil das meninas, que já tinham passado por recente experiência sem sucesso. Em maio, só o irmão mais novo, de 8 anos, foi adotado, também por uma família italiana.

O processo de adoção internacional é muito caro para os adotantes, que ficam responsáveis pelos custos de passagens, hospedagem, taxas de consulado e documentos com tradução juramentada. Ainda assim, o ano passado foi recorde em processos, com oito adoções internacionais efetivadas. Três grupos de irmãos entre 4 e 12 anos foram acolhidos por cinco famílias italianas.

À espera de uma família

; Em 2014, foram realizadas oito adoções internacionais e 85 nacionais no DF.

; O Conselho Nacional de Justiça recomenda que as crianças sejam adotadas por pessoas que vivam na mesma comarca, mas mudanças interestaduais podem ocorrer.

; Atualmente, há 81 crianças esperando para serem adotadas no DF e 480 famílias cadastradas.

; O perfil de criança mais procurado é: recém-nascido, saudável, de cor clara e sem irmãos.

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