Cidades

Nova Jerusalém completa tríade de invasões investigadas em Ceilândia

O setor é vizinhos aos condomínios Sol Nascente e Pôr do Sol e alvo de derrubada desde fevereiro. As três áreas juntas têm 117 inquéritos instaurados para investigar grilagens

postado em 04/03/2015 06:00
A destruição das casas em Nova Jerusalém, que começou na segunda, continua hoje e não tem data para acabar


Julho de 2014. Famílias começam a invadir uma área pública e, como dita a cultura enraizada no Distrito Federal, esperam a conivência do poder público e a falta de fiscalização para conquistar o sonho da casa própria. Ali, surgia a Nova Jerusalém, expansão da maior favela da América Latina, o Condomínio Sol Nascente em conjunto com o Pôr do Sol ; localizados no Setor P Sul, em Ceilândia. Motivadas por grileiros, que tinham até um esquema de cadastramento ; similar ao Programa Minha Casa, Minha Vida ; ou por respaldos políticos de luta pelo direito à moradia, 460 famílias sobem barracos. Em oito meses, eles se tranformam em casas de alvenaria. Mas o sonho inicial terminou em uma ação de derrubada e pode acarretar em punições legais.

População ocupava 460 moradias erguidas em menos de um ano

Desta vez, os trabalhos são realizados em conjunto com a Polícia Civil. A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (Dema) tem 117 inquéritos abertos para apurar ações de parcelamento irregular do solo e dano ambiental somente na região. No Sol Nascente, são 72; no Pôr do Sol, 44, e, o último, no parcelamento Nova Jerusalém. ;A Dema participa de operações desde a primeira etapa. Estamos colhendo provas, começamos a identificar lideranças e essas pessoas serão intimadas;, afirma o delegado-chefe da unidade especializada, Ivan Dantas.

Mas como começa uma invasão? Na Nova Jerusalém, alguns grileiros de São Paulo e outros da própria região viram naquele espaço uma oportunidade de lucrar. Em julho passado, iniciaram o movimento a fim de ocupar a área. Eles passavam com uma prancheta em mãos e anotavam os nomes dos interessados. Primeiro, cobravam R$ 3 mil. Depois, subiram para R$ 5 mil. Quem ali se instalasse, pagaria R$ 20 mil parcelados em seguida. Tudo com dinheiro vivo. O financiamento não envolvia bancos. Era na base da confiança e cobrado de porta em porta. Experientes no negócio, tinham parceria com madeireiras. Não gastavam mais de R$ 800 com a matéria-prima e levantavam os barracos em apenas um dia. A estrutura tinha apenas um cômodo ; algumas não contavam nem com banheiro.

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