Cidades

Conheça histórias de pessoas que escolheram viver longe dos centros urbanos

A partir deste domingo, o Correio conta histórias de quem escolheu viver longe da cidade e em contato com a natureza

postado em 15/03/2015 08:02
Cacai Nunes, 36 anos, em harmonia total com a natureza: tranquilidade e desapego

Siga pela BR-020 em direção a Planaltina. Depois de passar pelo pardal de 40km/h, após a segunda entrada de Sobradinho, entre na primeira à direita na estrada de terra. Passe por algumas lombadas. Perca-se. Na última rua, vire à esquerda e lá estão: o silêncio, o verde da plantação e o ar fresco. Em locais afastados do trânsito, do barulho e do concreto da cidade, brasilienses buscam refúgios. São sítios e chácaras cercados por vegetação, animais e uma tranquilidade diferente do meio urbano. A partir de hoje e nos próximos domingos, o Correio publica histórias de pessoas que escolheram locais afastados do centro da capital para morar ou passar os fins de semana.

;A grande virtude daqui é o silêncio, além da fartura, claro. Mas o silêncio é um bem valioso hoje. Também não tem os problemas da cidade, como quando chove e alaga tudo;, explica o músico Cacai Nunes, 36 anos. Desde 2012, ele e a mulher, Danielle do Vale, 32, vivem em uma chácara perto de Sobradinho, a Casa do Chapéu. O terreno tem 20 mil metros quadrados. Ali, ele cuida de três cachorros e planta de tudo um pouco. Tem maracujá, mandioca, banana, alface, rúcula, tomate, pimenta, berinjela. O curioso é que alguns desses frutos, como o mamão, cresceram sozinhos. ;Provavelmente, foi um pássaro que deixou a semente cair e o pé nasceu, porque eu mesmo nunca plantei;, explica.

A casa não tem nada de ferro. Foi erguida com madeira de eucalipto, com tijolos produzidos por um calunga e em cima de uma plataforma de pedra. Antes disso, Cacai morava com a mãe, no Cruzeiro Velho. Nos últimos 21 anos, só em casas. ;Queria ter um espaço meu. Dentro do Plano Piloto, era inviável economicamente. A chácara foi um lugar que encontrei. Conhecia o terreno e achei ótimo;, conta. Para viver lá, tem de gostar e ser ;desapegado;, nas palavras do músico, que costuma andar pelo lote descalço ou usando sandálias de dedo. Apesar de muito tecnológico, principalmente por exigência da profissão, Cacai se define como um cara simples.

Em termos de segurança, ele não sente o menor medo de passar o dia e a noite na chácara. O máximo que ouviu pela redondeza foi sobre um roubo de galinha e outro de ferramenta. ;Perigoso é o carro quebrar no meio da estrada.; Para o músico, ir à cidade não é um problema. Apesar dos 7km de estrada de terra que separam o terreno do asfalto da rodovia, ele diz que tudo é uma questão de costume. ;Se você vem pela primeira vez, acha distante, mas depois vê que não é tudo isso. Estamos só a 32km da Rodoviária do Plano Piloto;, detalha. Normalmente, Cacai vai de duas a três vezes na semana para a região central da cidade. Quando precisam resolver algo rápido, ele e a mulher buscam o necessário em Sobradinho, ou fazem em casa mesmo. ;Brasília é que está longe da minha casa;, brinca.

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