Cidades

Entre os mortos na faixa, idosos e mulheres são as principais vítimas

A falta de reflexo e a dificuldade de locomoção seriam explicações para tanta incidência no grupo de pessoas com mais de 60 anos

Adriana Bernardes
postado em 30/03/2015 07:01
Sandra, José Vilmar e Vilmara visitam o túmulo de dona Bibi: mulher e  idosa, ela estava no grupo que mais morreu na travessia
Sinônimo de segurança, a faixa é um espaço mais hostil para o idoso e para a mulher do que para os demais pedestres. Esses dois grupos figuraram entre as vítimas mais recorrentes. Dos 83 mortos sobre as listras brancas entre 1997 e 2013, 45% tinham 60 anos ou mais. Quanto ao sexo, apesar de a diferença ser pequena, as mulheres são maioria, representando 51% do total de pedestres mortos durante a travessia.

A análise do perfil da vítima não inclui os dados de 2014 porque o Departamento de Trânsito (Detran) não concluiu o estudo. Mas o Correio apurou que, no ano passado, das sete vítimas, pelo menos três eram idosas. Um homem e um garoto também estavam entre os mortos. O Correio teve acesso com exclusividade também ao estudo preliminar dos locais de parte das fatalidades. Ele revela que, em um dos casos, o condutor fez uma manobra proibida, atingindo e matando a criança. De modo geral, o estudo apontou que, na maioria dos locais de acidentes na faixa ocorridos no último ano, é preciso melhorar a sinalização, podar árvores e fazer mudanças de engenharia.

A aposentada Maria Teixeira dos Santos, a dona Bibi, reunia as duas condições que a incluiu no grupo de risco: o gênero e a idade. Há três anos, ela perdeu a vida ao ser atingida por um motociclista em uma faixa de pedestres nas proximidades da Igreja Divino Espírito Santo, no Setor O de Ceilândia Norte. ;O responsável fugiu sem prestar socorro. Um tempo depois, o Ministério Público nos avisou que o caso seria arquivado porque nunca identificaram o responsável;, lamenta Sandra Maria de Souza Ottoni, 45 anos, filha de dona Bibi.

Apesar da morte da matriarca, a família dela não perdeu a fé na faixa. ;Acho o respeito (à faixa) muito importante. Uma pena não ter pegado em outras cidades;, lamenta a professora Vilmara Pereira do Carmo, sobrinha-neta de Bibi. Para José Vilmar Pereira do Carmo Júnior, 40, irmão de Vilmara, a prioridade do pedestre na faixa é uma evolução que merece ser celebrada. ;Sinto falta de campanhas educativas;, defende

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