Cidades

Geeks passam de "excluídos" para tendência de mercado e comportamento

Viciados em tecnologia hoje são associados a estereótipo de sucesso

Flávia Maia
postado em 18/04/2015 08:02
Gabriel de Sousa transformou um hobby em negócio: consumidor geek quer novidade

Mais do que público de um mercado em expansão, os geeks são responsáveis pela criação de uma nova maneira de consumir e de se relacionar com as marcas. Por causa do maior acesso à internet e à informação, o então grupo dos ;excluídos; cresceu e ganhou relevância. Tornou-se uma legião de conhecedores de quadrinhos, games, action figures e tecnologia, muita tecnologia. Por causa da paixão que nutrem pelo hobby, eles exigem qualidade e buscam renovação constante dos produtos. Têm muito a ensinar aos outros perfis de consumidor sobre a expectativa de bons serviços e obrigam as empresas a saírem da zona de conforto.

O conceito de geek foi criado na década de 1950 e, por muito tempo, teve conotação pejorativa. Ao termo, era associada a ideia de fool, bobo em inglês. O desenvolvimento da tecnologia conseguiu alterar a visão distorcida. Hoje, ser geek remete a alguém que conhece profundamente determinado assunto, de acordo com o professor de empreendedorismo e inovação do Ibmec/DF Marcelo Minutti. ;Tornou-se cool. Por causa do acesso à internet, a comunidade aumentou e ganhou aura de super-herói;, diz. A identificação pessoal não se dá apenas com personagens admirados, mas também com ídolos de carne e osso. ;Há um estereótipo de sucesso associado ao geek em razão de empreendedores como Steve Jobs e Mark Zuckerberg, que revolucionaram as áreas de atuação;, diz.

O interesse extremo sobre determinados assuntos eleva a um patamar superior as relações de consumo. ;Geeks têm um conhecimento acima da média da população e, por isso, demandam qualidade acima da média também. É uma tendência que vai contaminar todos os setores, porque as novas gerações já têm o gene geek no DNA. Eles já nascem com comportamento e atitude geek;, compara Minutti. Com isso, os empresários devem se acostumar com a ideia de ter um público que interage muito, tanto para aspectos positivos quanto para negativos. ;Esse público se sente parte, dono daquilo que consome. Gostam de participar, mas se não gostam, falam;, afirma o professor. Para ele, dessa forma, estabelece-se a economia da recomendação, em que o boca a boca é uma ferramenta poderosa. ;São porta-vozes fantásticos e influenciam outros grupos. Por isso, as estratégias tradicionais de divulgação, como anúncio em televisão e prospectos, não são efetivos. Como são referência, determinam qual produto tecnológico a família vai adquirir;, exemplifica.

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