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Em entrevista, Rollemberg diz ter recebido herança de rombo e invasões

O governador fez um balanço de seus primeiros meses de gestão e deu nota 7 ao trabalho realizado até aqui

postado em 19/04/2015 07:57
O governador fez um balanço de seus primeiros meses de gestão e deu nota 7 ao trabalho realizado até aqui

Além do alardeado rombo financeiro herdado da gestão passada, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) aponta a proliferação de invasões de terras como um dos mais graves problemas que enfrentou nos 100 primeiros dias à frente do Palácio do Buriti. Para ele, as ocupações cresceram rapidamente no fim de 2014 graças ao enfraquecimento proposital da fiscalização pública. ;O maior prejuízo à cidade foi a desarticulação da Secretaria da Ordem Pública e Social. É impressionante o que aconteceu no DF depois das eleições. Foi um processo terrível e com consequências drásticas;, critica Rollemberg. Em entrevista ao Correio, o governador fez um balanço de seus primeiros meses de gestão e deu nota 7 ao trabalho realizado até aqui. Apesar da falta de dinheiro para obras e grandes projetos, ele aponta realizações para a cidade, como a inauguração de creches, a implementação de infraestrutura em áreas carentes, como Sol Nascente, e a redução de 43% nos casos de dengue neste ano. ;Enquanto no Brasil inteiro os casos crescem, aqui tivemos uma redução;, comemora o socialista. Sobre a aproximação com o ex-governador Joaquim Roriz e com petistas ; forças opostas da política local ; , Rollemberg nega que as conversas representem um rompimento de compromissos de campanha. ;Não estamos buscando nem faremos alianças da forma tradicional da política. Com relação ao Roriz, fiz apenas uma visita ao governador. A deputada Liliane Roriz tem nos apoiado na Câmara e temos posições bastante convergentes;, diz.



Qual a avaliação dos 110 primeiros dias de governo? Onde acertou e onde errou?
Quem pode analisar melhor é a população. Temos procurado nos esforçar ao máximo para fazer o melhor por Brasília. Enfrentamos uma situação muito difícil. Como todos sabem, pegamos um deficit financeiro e orçamentário muito grande. Um desequilíbrio enorme. Compromissos salariais de dezembro que não foram pagos, horas extras, 13; salários e antecipação de férias em aberto. Havia uma preocupação muito grande por parte dos servidores de que a gente podia declarar esses atrasos em exercício findo, o que dificultaria o recebimento dos benefícios por parte do funcionalismo. E nós, de forma transparente, pagamos tudo.

O início de mandato ficou marcado pela crise financeira?
Gastamos um tempo grande no início do mandato nas negociações com sindicatos de trabalhadores. Não é fácil. Além de todos os salários de dezembro pagos com o orçamento deste ano, havia um valor enorme de despesas do exercício anterior, que somavam R$ 1,1 bilhão, fora os R$ 880 milhões de restos a pagar. Outra dificuldade se dá em relação ao orçamento do DF, que não passa de uma mera peça de ficção. O orçamento de várias áreas já acabou e, por isso, tivemos que fazer remanejamentos. Neste ano, estão previstos R$ 16 bilhões para pagamento de salários. Esse número, porém, vai passar dos R$ 19 bilhões.

Como lidar com a falta de dinheiro?
A crise financeira tem sido enfrentada com muita transparência e responsabilidade. É fundamental equilibrar o DF para conseguirmos dotar a cidade de serviços públicos de qualidade e fazer os investimentos necessários. Mas, se fizermos uma avaliação dos primeiros 110 dias, tivemos muitas ações positivas. Conseguimos liberar, por exemplo, dois financiamentos recordes, um de R$ 67 milhões para a Companhia de Desenvolvimento Habitacioanal do DF (Codhab) e outro no valor de R$ 500 milhões para o GDF. Esse processo estava na instituição financeira, mas o próprio Banco do Brasil ficou impressionado com a nossa capacidade de gerar as licenças ambientais e os documento necessários para a liberação do recurso. Pouquíssimos estados conseguiram ter acesso a empréstimos. Talvez nenhuma unidade da federação.

Como foi essa articulação política?
Estive com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, monitorei a questão pessoalmente, falei com a direção do banco e contei com o apoio do ex-ministro Valmir Campelo. Desses R$ 567 milhões, já recebemos R$ 284 milhões. Desse montante, R$ 42 milhões estão sendo usados para a infraestrutura externa do Parque do Riacho II, o que vai nos permitir entregar, na primeira quizena de maio, as primeiras mil unidades habitacionais. Com o restante, vamos iniciar um conjunto de obras de infraestrutura e pavimentação em diversas cidades. Também tivemos a atitude corajosa e difícil de remover vários barracos de áreas irregulares para poder começar uma importante obra para o DF, a de urbanização do Sol Nascente, em Ceilândia. E tínhamos que fazer as derrubadas, senão correríamos o risco de perder o empréstimo. Eram R$ 216 milhões já liberados que só seriam disponibilizados se o governo fizesse a desocupação. Mas o governo passado não teve coragem de fazer isso.

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