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Quase 95% do PIB do Entorno é proveniente de Brasília, mostra estudo

Potencialidade industrial do Entorno não é explorada de forma completa por burocracia e desinteresse político. Muitas vezes, empresários precisam construir infraestrutura com dinheiro do próprio bolso

Flávia Maia
postado em 25/04/2015 08:08

Geraldo e Wilson adiaram o início das atividades por falta de crédito e infraestrutura

A região do Entorno do DF tem um dos mais baixos indicadores socioeconômicos do Brasil. Para melhorar os índices locais, os municípios têm o desafio de diminuir a extrema dependência da capital federal, tanto nos equipamentos públicos como na capacidade de geração de receita. Segundo o estudo realizado pelo Conselho Federal de Economia (Cofecon), a área metropolitana do DF é uma das mais dependentes da cidade central ; 94,5% do Produto Interno Bruto (PIB) da região são provenientes de rendas brasilienses, enquanto os demais municípios contribuem apenas com 5,5%. Essa disparidade é a maior observada entre as 15 áreas metropolitanas analisadas.

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Os dados da pesquisa mostram que as periferias com maior participação no PIB metropolitano são aquelas mais industrializadas, caso do ABC Paulista e das regiões metropolitanas de Belo Horizonte e Porto Alegre. ;Brasília precisa da região metropolitana para manter o equilíbrio de segurança e qualidade de vida da capital. Nós queremos e precisamos industrializar o Entorno. Quanto mais demoram as ações, pior fica a situação;, defende Wilson de Oliveira, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg). Doutor em economia e professor do Ibmec-DF, Waldery Rodrigues Júnior explica que a indústria produz mercadorias de maior valor agregado, o que gera mais renda para o município. Além disso, necessita de mão de obra mais especializada e mais bem remunerada. ;Por isso, a atração de indústrias é vantajosa para a economia do município;, afirma.

Porém, conforme mostrado ontem em reportagem do Correio, em períodos de crise econômica, a atração e a expansão da atividade industrial são mais complicadas pela desconfiança do investidor, ainda mais em uma região como DF e Entorno, que, embora tenha uma posição logística privilegiada, lida com sérios problemas, como infraestrutura insuficiente. ;Goiás e o DF não têm energia para atender à demanda. Além disso, precisa melhorar a logística, fazer duplicações, e construir ferrovias como a Brasília-Luziânia e a Brasília-Anápolis-Goiânia. Por isso, essa região é uma das nossas prioridades;, afirma Cléber Ávila, superintendente de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco).

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