Cidades

DF tem primeiro transplante de medula óssea entre desconhecidos

Até então, apenas parentes de receptores poderiam fazer a doação do órgão em hospitais da região

postado em 21/05/2015 16:33

Na tarde desta quinta-feira (21/5), o paciente Renan Anjo Carvalho da Silva, 24 anos, portador de Leucemia Bifenotípica, recebeu uma medula óssea de um doador anônimo com o objetivo de conseguir avanços no tratamento da doença. Ele foi internado no dia 12 de maio em preparação para a infusão. O procedimento, chamado de Transplante de Medula Óssea Alogênico Não Aparentado (TMO), foi o primeiro do tipo a ser realizado no Distrito Federal, já que até então, apenas parentes de receptores poderiam fazer a doação do órgão em hospitais da região.


O transplante foi realizado pelo Instituto de Cardiologia do DF. Segundo a diretoria do Instituto, esse é o resultado de um trabalho em equipe iniciado e organizado há dois anos que, com o apoio do Ministério da Saúde e da Secretária de Saúde do DF, começa a apresentar resultados.


A expectativa do ICDF é de que aumente o número da realização de transplantes desse tipo. Em todo o país, há uma carência de leitos de TMO, principalmente por conta do custo elevado dos equipamentos e a falta de habilitação de profissionais que esse procedimento, de alta complexidade, exige. ;O funcionamento pleno da Unidade de transplantes de Medula Óssea Pietro Albuquerque, no ICDF, aumenta a esperança de tratamento de muitos pacientes não somente do DF, mas da região centro-oeste; afirmou a superintendente do ICDF, Núbia Vieira.

Principais riscos
A boa evolução durante o transplante depende de vários fatores: o estágio da doença, o estado geral do paciente, boas condições nutricionais e clínicas, além do doador ideal. Os principais riscos se relacionam às infecções e às drogas quimioterápicas utilizadas durante o tratamento. Com a recuperação da medula, as novas células crescem com uma nova ;memória; e, por serem células da defesa do organismo, podem reconhecer alguns órgãos do indivíduo como estranhos. Esta complicação, chamada de doença enxerto contra hospedeiro, é relativamente comum, de intensidade variável e pode ser controlada com medicamentos adequados. No transplante de medula, a rejeição é relativamente rara, mas pode acontecer. Por isso, existe a preocupação com a seleção do doador adequado e o preparo do paciente. Quanto mais compatível for o doador, menor a chance de doença do enxerto contra hospedeiro e também menor a chance de rejeição da medula transplantada.

REDOME
Para reunir as informações (nome, endereço, resultados de exames, características genéticas) de pessoas que se voluntariam a doar medula para pacientes que precisam do transplante, foi criado o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME), instalado no Instituto Nacional do Câncer. Um sistema informatizado cruza as informações genéticas dos doadores voluntários cadastrados no REDOME com as dos pacientes que precisam do transplante. Quando é verificada compatibilidade, a pessoa é convocada para efetivar a doação.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação