Cidades

Correio compara rotas com e sem cobrança de pedágio rumo a Pirenópolis

Uma semana após o início da cobrança na estrada que liga Brasília a Pirenópolis, destino de fim de semana do brasiliense, o Correio percorreu o trajeto isento de custos. Lá, o tráfego não ficou mais intenso e o asfalto melhorou bastante

postado em 04/07/2015 08:01

O caminhoneiro Reinaldo só optou pela BR-070 (acima) porque soube de um acidente na BR-060

A típica viagem de fim de semana dos brasilienses para Pirenópolis (GO) ou uma visita a Goiânia (GO) pode exigir um pouco mais de paciência dos usuários. Isso porque na primeira semana de funcionamento dos pedágios, nas BRs-060 e 153, todos dentro de Goiás, o sistema falhou em duas cancelas. A Triunfo Concebra, concessionária responsável pelo serviço, reconheceu as dificuldades durante o processo de adaptação. Para a segunda semana, a empresa garantiu que os problemas serão contornados. Com a mudança, o custo do passeio aumentou. Mesmo assim, motoristas de carros comuns e de caminhões preferem o trajeto com cobrança aos trechos alternativos. O motivo principal é a segurança.

O Correio fez o percurso que liga Brasília a Pirenópolis pela BR-070, que passa por Águas Lindas (GO) e Cocalzinho (GO), e que não tem pedágio. O fluxo no trecho não é maior. No entanto, a via é de mão única e não oferece os mesmos recursos que a rodovia custeada pela Triunfo Concebra (veja Escolha o caminho). Desde que o pedágio começou a funcionar, o frentista Deusi Cardoso, 38 anos, que trabalha em um posto em Cocalzinho, notou uma pequena diferença no fluxo de caminhões na estrada alternativa. ;Alguns usuários comentam que passam por aqui por conta do pedágio. Talvez a associação entre a distância e o valor torne esse trajeto mais em conta;, sugere.

O motorista Moacir Inácio Barbosa, 58, opta pelo caminho por Nerópolis (GO) para chegar a Goiânia e escapar do aumento do custo da viagem. ;Comparado com o preço que a gente cobra do frete, não vale a pena. E ainda perdemos o dinheiro do almoço;, afirma. Ao contrário do pai, o caminhoneiro George Magalhães Barbosa, 27, não abre mão da segurança. ;Se o caminhão quebrar aqui (BR-070), não tem guincho ou qualquer tipo de auxílio;, justifica.

Os veículos de carga são os mais taxados, pois, além da tarifa maior, pagam por eixo adicional da carreta. Mesmo assim, os motoristas acreditam que a rodovia com cobrança é a melhor opção. O caminhoneiro Reinaldo José, 42, vinha de Belo Horizonte e parou em Cocalzinho, na BR-070, para abastecer. Ele só optou pelo trajeto alternativo à BR-060, sem cobrança, porque ficou sabendo de um acidente no caminho. ;Caso contrário, teria ido por lá. A empresa em que trabalho não gosta de desvio e, mesmo se o caminhão fosse meu, também optaria pela rodovia com pedágio;, afirmou. As razões são muitas, segundo ele: recurso de mecânico fácil, segurança, manutenção constante do asfalto e mão dupla.

Segurança
Ao todo, são 1.176,5 quilômetros administrados pela empresa, autorizada a operar 11 praças, cujas tarifas variam de R$ 1,45 a R$ 11,20, dependendo do trecho e do tipo de veículo. A Triunfo Concebra foi autorizada a começar os serviços de cobrança de pedágio após atender os requisitos básicos estabelecidos pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) no contrato de concessão. Com as reformas, o trecho duplicado foi de 65 quilômetros entre Uberaba (MG) e o entroncamento da BR-153, início da BR-262.

Desde o primeiro dia de funcionamento, a expectativa de motoristas é de que o aumento do custo se reflita em melhorias significativas, como segurança, qualidade do asfalto e atendimento em casos de emergência. Em 27 de junho, quando a atividade foi inaugurada, houve engarrafamento nos dois sentidos das praças de Alexânia e Goianápolis, pela manhã. Na avaliação da concessionária, o balanço de uma semana é positivo nas BRs-262 e 153, nas praças de Minas, porque o fluxo é pequeno e não apresentou lentidão ou falhas no sistema. Em Goiás, nos trechos da BR-060 e da BR-152, houve alguns problemas.

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