Cidades

Mostra fotográfica visa ampliar mercado de arte de Brasília

Nos quatro meses de produção, os integrantes do projeto, fotógrafos amadores ou iniciantes, produziram semanalmente um mesmo projeto autoral

postado em 07/07/2015 14:02
Supervisionados pela fotógrafa Hannah Gopa, com formação em Nova York e Berlim, fotógrafos brasilienses vão expor os seus trabalhos a partir dessa quarta-feira (8/7), na Galeria Ponto, que fica no subsolo do Bloco E da 704/705 Norte. A exposição "Moradas imaginárias e suas telhas aparentes" estará aberta ao público até 20 de julho. A mostra é o resultado de quatro meses de trabalho do terceiro ciclo do Núcleo de Produção em Fotografia Contemporânea. A iniciativa visa ampliar, qualificar e aprofundar o mercado de arte de Brasília.

Foto de Zethi Vitale

Nos quatro meses de produção, os integrantes do núcleo tiveram a oportunidade de produzir semanalmente um mesmo projeto autoral, em um espaço para troca de ideias e vivências. Desenvolveram também um olhar crítico para leitura e edição de imagem e tiveram a oportunidade de conversar com pessoas que já atuam na área, como os artistas Janaína Miranda e Walter Silveira.

Foto de Duda Affonso

O mais recente encontro desta temporada foi realizado na casa de um colecionador de arte em Brasília, em que os integrantes tiveram uma compreensão melhor sobre o mercado de arte. A exposição de conclusão acontecerá no novo endereço da Galeria Ponto, espaço em que abriga o núcleo todas as quintas-feiras, com a inauguração de um food truck, o Surf on the truck.

A exposição traz trabalhos relacionados ao universo de habitar, que, segundo Gaston Bachelard, autor de A Poética do Espaço, o homem habita a sua casa antes de habitar o mundo: "o nosso primeiro universo", porque, antes de ser lançado no mundo, "o homem é colocado no berço". Os artistas rompem em segredo o contato com o mundo exterior. Mas a casa deve sempre guardar sua penumbra, pois é, por meio da penumbra, do indeterminado, que as imagens são criadas. As imagens expostas pertencem a esse limite de exploração.

Foto de Humberto Araújo

Para exemplificar, a artista Cléo Alves Pinto fala do projeto Membranas, de sua autoria: ;Biologicamente, membranas são estruturas que separam dois ambientes, controlando a passagem de substâncias entre eles. A capacidade da membrana de ser ou não atravessada por determinadas substâncias corresponde à sua permeabilidade. Fachadas são como membranas. Eu fotografo o que me deixam ver.; O projeto consiste em fotografar fachadas de casas durante seus percursos na 700 Sul.

O projeto Pai, de Zethi Vitale, investiga a reciclagem de uma relação pai-filho que estava um pouco moribunda em função da distância, da falta de tempo, do dia a dia corrido. Da vida urbana e moderna. Uma cirurgia no pé foi a oportunidade que a vida proporcionou para que pai e filho pudessem, depois de duas décadas, passar mais de dois dias seguidos juntos.

Além dos trabalhos mencionados acima, ainda poderão ser vistos projetos de Malu Ribeiro, Victor Prôa, Maísa Rabelo, Lucas Las-Casas, Paula Augustovna Souto, Raquel Cândida, Cesar Goulart e Maurício Chades

Programe-se

Exposição Moradas imaginárias e suas telhas aparentes
Abertura: 8 de julho (quarta feira), à partir das 19h, na Galeria Ponto (704/705 Norte, Bloco E 51/56, subsolo)
Visitação: 8 a 20 de agosto

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