Cidades

Integrantes do MST saqueiam pertences de jornalistas em ministério

Uma das coordenadoras do movimento, Kelly Mafort, lamentou o ocorrido

Rosana Hessel
postado em 04/08/2015 15:57

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ocupam o prédio principal do Ministério da Fazenda, em Brasília

Durante invasão à sede do Ministério da Fazenda nessa segunda-feira (3/8), integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) saquearam pertences das pessoas que trabalham no prédio ; o comitê de imprensa, onde trabalham os jornalistas que cobrem a Fazenda, não escapou.

Os manifestantes chegaram pela madrugada de ontem a Brasília vindos de vários estados, ocuparam três andares do Prédio P da Esplanada dos Ministérios e só saíram por volta por volta das 19h30. Quando o comitê finalmente foi reaberto, na tarde desta terça-feira (4/8), o saldo da invasão começou a ser contabilizado.


As fechaduras de alguns armários com computadores que estavam trancados, foram forçadas, mas não eles conseguiram abrir. No entanto, as gavetas das mesas estavam todas reviradas. Uma série de objetos de uso pessoal, como canecas, xícaras, cápsulas de café e de chá, garrafa térmica e de água desapareceram.

A cafeteira elétrica comprada em pool pelos jornalistas só não foi levada porque tinha um cadeado. Apenas um chá de quebra-pedra sobreviveu. O dicionário Aurelio não despertou interesse dos invasores, mas sim bonequinhos que decoravam a mesa de um dos setoristas.


A antena de um dos modens dos veículos de imprensa foi quebrada. As mochilas de alguns repórteres e as cadeiras de praia de todos os setoristas da Fazenda ; que costumam ser usadas nas longas "portarias" do ministério (quando jornalistas aguardam autoridades para declarações públicas) ; também sumiram. Um funcionário terceirizado contou que o bem mais caro que desapareceu foi a furadeira da manutenção. O pessoal da administração do Ministério faz o levantamento dos prejuízos. O recém-trocado vidro da porta principal foi quebrado novamente.


De acordo com os organizadores do MST, aproximadamente duas mil pessoas acamparam ao redor do prédio P da Esplanada. A Polícia Militar contou 700 pessoas. O protesto é contra a redução da verba para a reforma agrária, que passou de R$ 3,8 bilhões para R$ 1,3 bilhão.


Os líderes do movimento gritavam nos microfones que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, era o responsável pela crise no país. A palavra de ordem era ;Fora Levy;. Uma das coordenadoras do movimento, Kelly Mafort, lamentou o ocorrido e afirmou que, infelizmente, esse tipo de procedimento ;não é comum entre os integrantes;.

Kelly informou que a sala de imprensa foi trancada no início da tarde de ontem para evitar novos saques. Segundo ela, o pessoal veio preparado com mantimentos para ficar cinco dias acampados, mas que eles poderão continuar protestando ;o tempo que for necessário;.


Os manifestantes terão uma reunião para negociação com o ministro Patrus Ananias, do Desenvolvimento Agrário (MDA) para tratar da pauta agrária, às 17h. E, por enquanto, não há definição de quando eles levantarão acampamento.

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