Cidades

Pais sofrem enquanto esperam atendimento para os filhos nos hospitais do DF

"Até as crianças, que são mais frágeis, estão sem atendimento%u201D, reclama uma das mães

Otávio Augusto, Especial para o Correio
postado em 31/08/2015 07:08
Com as gêmeas de apenas 17 dias nos braços, Caroline começou uma peregrinação pelos hospitais
Há seis meses, a manicure Denise de Almeida Avelar, 38 anos, tenta marcar um exame para Gabriel Avelar, 6. Em meados de março, o menino sentia falta de ar. A tosse e as dores para respirar surgiram depois. ;Estou preocupada. Não sei o que ele tem nem quando vou descobrir;, reclama a moradora de Taguatinga. A renda de R$ 950 mensais não permite um tratamento particular. ;O jeito é esperar até conseguir. Enquanto isso, ele vai tomando os remédios que passam;, desabafa Denise, que na última quarta-feira ficou três horas e meia até ser atendida no Hospital Regional da Asa Norte (Hran).

A mesma sorte não teve Iasmim Batista, de 11 meses. Há duas semanas, a criança caiu e, desde então, os pais, Joelma Machado e Andson de Carvalho, buscam atendimento na rede pública. Moradora de Águas Lindas (GO), onde a precariedade do sistema é ainda maior, a família tentou ajuda médica no Hospital de Brazlândia, também sem sucesso. Os três recorreram, então, ao Hospital Regional de Ceilândia. Chegaram ao local pela manhã, mas, com 43 pessoas na frente, às 17h não tinham conseguido passar nem pela triagem. ;Eu já não sei o que fazer com a minha filha. Ela não para de chorar com dor no braço e a gente não consegue atendimento;, desespera-se Joelma. A garota, que estava começando a engatinhar, parou de fazer o movimento por conta das dores.

Às 11h30 de quinta-feira, Caroline Gomes, 19, saiu de casa com as gêmeas Isabelly e Emanoelly, de apenas 17 dias. A mãe suspeita que as filhas estejam com icterícia. A febre, a pele e a secreção amareladas levantaram a dúvida. A primeira tentativa de atendimento foi no Recanto das Emas, no Centro de Saúde N; 2, mas não havia pediatras. Preocupada, ela tomou um ônibus e percorreu 25km até o Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Por lá, passou pela triagem e aguardou mais de cinco horas até o médico solicitar os exames. Alguns foram realizados, mas outros não puderam ser feitos por que os aparelhos estavam quebrados. ;Desde o pré-natal, eu enfrento dificuldades nos hospitais do governo. Sempre alguma coisa não está funcionando ou em falta.; O resultado dos exames saiu às 20h, mas o médico não pôde realizar o diagnóstico. ;Quantas pessoas terão que morrer em corredores de hospitais para o governo perceber que não está bom? Até as crianças, que são mais frágeis, estão sem atendimento.;

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