Cidades

Conselho Tutelar: Rollemberg vota sem problemas, mas população reclama

Boca de urna, falta de sinalização e de informações, falhas no registro, entre outros, marcam o processo de escolha das pessoas que devem zelar pelos direitos das crianças e dos adolescentes. Trâmite quase parou na Justiça e só aconteceu devido à interferência do STJ

Isa Stacciarini
postado em 04/10/2015 10:26
Movimentação no Setor Leste para a escolha dos conselheiros tutelares

Suspenso por três vezes antes de acontecer neste domingo (4/10) e garantido graças a interferência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) na véspera, o processo de escolha para os Conselhos Tutelares já são marcados por tumultos nas zonas eleitorais. Para votar, é necessário levar título de eleitor e documento oficial com foto.

Na Faculdade Processus, em Águas Claras, eleitores reclamaram da falta de sinalização e informação. A situação fez com que pessoas fossem embora sem participar do processo. "A desorganização fez vários eleitores regressarem sem votar. Parece que a votação é feitapara a comunidade não participar", protestou a psicóloga Karina Benecke, candidata a uma vaga de conselheira tutelar. "É revoltante a ingerência do certame", continuou.

No Centro de Ensino Médio Setor Leste, na Asa Sul, uma urna apresentou problemas e precisou passar uma atualização no sistema. A dona de casa Zilene Ferreira Lima, 42 anos, foi embora sem votar, porque está com o nome escrito de forma errada na lista de votação. Os fiscais alegaram que não tinham como acessar pelo sistema o número da inscrição do título dela.

Governador Rodrigo Rollemberg (PSB) não teve problemas no momento de votar

O mesmo não aconteceu com o governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB). Ele votou na escola da Asa Sul sem problemas. E citou a importância dos conselheiros tutelares. "Esse é um momento importante de eleger quem vai ajudar o Estado a garantir as políticas públicas para as crianças de Brasília", afirmou. Sobre as idas e vindas na Justiça, disse que é "um processo natural dos concursos as pessoas que se sentem prejudicadas recorrem ao Judiciário". "O importante é que o Superior Tribunal de Justiça viu que o processo está correto", continuou.

De acordo com a secretária de Políticas para Crianças, Adolescentes e Jovens, Jane Klebia Reis, houve um "aprimoramento no sistema". "Após as 17h, vamos todos nos reunir no (Ginásio) Nilson Nelson para apurar os votos, estimo que dentro de três horas tudo estará encerrado", disse, por volta das 11h.

Apesar das palavras otimistas da chefe da pasta e do governador, os problemas se alastram. Uma suspeita de boca de urna no colégio Elefante Branco, também na Asa Sul, terminou em bate boca. Segundo testemunhas, um candidato estava persuadindo os eleitores na hora de votar.

No Centro de Ensino Fundamental Tele Brasília (Cetelb), situado no Riacho Fundo I, um candidato teria chegado com três vans cheias de eleitores para a votação. Testemunhas flagraram os veículos e carros de passeio fazendo o transporte para o local de votação. Caso semelhante ocorreu no Centro de Ensino Fundamental 308 e na Escola Classe 203, em Santa Maria, e no Centro de Atenção Integral à Criança (Caic), de São Sebastião.

No Gama, eleitores burlaram as regras e fizeram imagens dos computadores na hora do voto. Um leitor reclamou, pelo WhatsApp do Correio Braziliense, que não teve acesso à relação de candidatos ; comum em época de eleições ; no posto de votação do Colégio Dom Orione, no Lago Sul.

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O Distrito Federal vai eleger 200 conselheiros tutelares e 400 suplentes nas 31 Regiões Administrativas. Esse tipo de profissional é responsável por zelar pelos direitos das crianças e dos adolescentes.

Apesar disso, o processo foi bastante contestado. O Tribunal de Contas do DF (TCDF) fez as eleições ficarem suspensas entre julho e agosto e o Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) parou o certame em duas oportunidades: em setembro e no primeiro dia de outubro. Em ambas as vezes, decisões judiciais retomaram o processo de escolha ; na última delas, neste sábado, com interferência do STJ.

E na sua região, como está? Envie mensagens pelo WhatsApp do Correio Braziliense: 9256-3846.


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