Cidades

Brasilienses sofrem com calor e parques fechados com greve de servidores

Termômetros da capital registram maior temperatura da história: 35,9ºC. No entanto, quem procurou os parques da cidade para se refrescar encontrou muitos deles fechados

Renata Rios
postado em 18/10/2015 08:14
No Sudoeste, a professora Mônica reúne abaixo-assinado de usuários
Brasília registrou, ontem, o dia mais quente da história. Por volta das 15h, os termômetros marcaram 35,9;C. Em alguns dias deste ano a temperatura chegou a igualar o recorde, de 35,8;C, aferido em 2008, mas essa foi a primeira vez que a marca foi ultrapassada. De acordo com a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), amanhã o calor pode chegar a 36;C e bater outra marca histórica. A previsão é de um dia seco com céu claro a parcialmente nublado. A temperatura mínima prevista é de 20;C e a umidade deve variar entre 15% e 50%.

Quem quis aproveitar o tempo quente para visitar os parques da cidade encontrou muitos deles fechados em razão da greve de servidores do Instituto Brasília Ambiental (Ibram). Cinco foram reabertos em ação conjunta do Ibram e da Polícia Ambiental. Ao todo, a capital dispõe de 17 unidades abertas gratuitamente ao público, embora tenha 70 terrenos destinados à recreação. Servidores do Ibram, paralisados desde de maio, impediram o funcionamento dos espaços, alegando não ter pessoal capacitado para os serviços básicos, como limpeza e segurança. O Correio percorreu parte dos endereços fechados temporariamente, ouvindo moradores e profissionais. Até ontem, alguns usuários pretendiam recorrer à Justiça.



[SAIBAMAIS]Sempre que pode, a servidora Neyla Munay, 32 anos, leva o filho Renato, 4, para aproveitar os dias de sol no Parque de Águas Claras. Normalmente, a mãe dela, a aposentada Marly Munay, 62, os acompanha no passeio. ;Soube que estava fechado durante a semana, mas, ainda assim, resolvi arriscar vir hoje (ontem). Ficaria frustrada se estivesse fechado;, disse. O problema seria ter que ir até o Plano Piloto ficar presa, segundo ela, nos shoppings. ;Isso não é coisa para se fazer com criança. Aqui, ele vê outros meninos, fica brincando; É ótimo;, contou. A avó de Renato, Marly, concorda com a filha. ;Meu genro, Kelson, joga bola aqui e sempre organizamos piqueniques. É uma opção de lazer muito saudável, barata e divertida;, acrescentou.

Transtorno
Entre 10 e 13 de outubro, todos os parques de Brasília que dependiam de manutenção foram fechados, segundo o Ibram. No período, somente o Parque da Cidade, cuja administração é independente, permaneceu aberto. Entre eles, o Bosque do Sudoeste. Desde a última terça-feira, usuários que se sentiram prejudicados se uniram para recolher assinaturas com o intuito de denunciar ao Ministério Público. Até agora, cerca de 500 pessoas subscreveram o abaixo-assinado criado por instrutores de ioga e de ginástica que dão aula no parque.

A professora de zumba Mônica Chaves, 49 anos, está entre os 14 coordenadores. De acordo com ela, não é justo impedir a entrada no local. ;Essas áreas são destinadas às atividades que realizamos aqui. Entrar em greve é válido mas, o que não pode é haver impedimento do direito e ir e vir;, disse. Atualmente, ela tem ministrado aulas no estacionamento do parque, expondo-se à insegurança do trânsito. ;Não há proteção alguma, ficamos em uma situação muito delicada;, reclamou. Sabendo da alegação do Ibram, Mônica disse que, ;se o problema for a falta de funcionários de limpeza, ajudaremos. É essencial liberar o Bosque à comunidade;.

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