Cidades

Governo alerta população sobre combate ao mosquito Aedes aegypti

No momento em que o país vive uma proliferação de casos de bebês nascidos com microcefalia, provavelmente causada pelo zika vírus, latas, entulhos e pneus são flagrados pelas ruas do DF

Otávio Augusto
postado em 26/11/2015 06:06

Em Ceilândia, um antigo campo de futebol deu lugar a um aterro clandestino, em uma área residencial


Os riscos estão expostos a céu aberto, em frente de casa. São pneus, garrafas, latas que acumulam água e se tornam criadouros do Aedes aegypti ; transmissor da dengue, da chikungunya e do zika vírus. Há ainda gargalos que passam despercebidos aos olhos da vigilância ambiental. Esses se escondem dentro das casas, onde 80% dos criadouros se concentram, e somente os moradores podem intervir. O Correio percorreu Ceilândia, Taguatinga, Samambaia, Guará e Plano Piloto. A situação é semelhante. Falta interesse no combate ao mosquito que pode ter desencadeado o surto de microcefalia, que chama a atenção de todo o país. A Secretaria de Saúde garante que, diariamente, 500 agentes realizam vistorias e que o estoque de larvicida ; veneno usado para matar o inseto ; está abastecido. Contudo, a cooperação do brasilense é parte fundamental no trabalho.


O monitoramento da incidência do Aedes aegypti esbarra em entraves, como residências fechadas ou abandonadas. ;Estamos fazendo um forte trabalho de educação e, ao mesmo tempo, tranquilizando a população em relação ao zika. Porém, muitas vezes, o agente de vigilância não é deixado entrar por proibição dos moradores ou mesmo a casa está fechada. É importante que as pessoas tirem uma hora para monitorar seu espaço;, explica Edmilton Alves, gerente de Vigilância Ambiental de Vetores e Animais Peçonhentos e Ações de Campo, da Secretaria de Saúde.


Até a última segunda-feira, a Secretaria de Saúde contabilizou 9.983 casos de dengue ; percentual 21% menor que em 2014 (11.962). Ao todo, 25 pessoas morreram. Houve ainda 234 suspeitas e 14 confirmações de chikungunya, além de 12 hipóteses de zika e duas comprovações. Embora o cenário se mantenha estável, o governo pede à população que fique atenta à higienização de espaços que possam acumular água. Planaltina, Sobradinho 2, Sobradinho 1 e Gama são consideradas zonas críticas.

Pedro Luiz Tauil, especialista em controle de pragas epidemiológicas, explica que a umidade baixa, com o fim da seca, e a altitude elevada do DF contribuem negativamente. O controle, portanto, ainda é o melhor caminho. ;Estão buscando outros métodos, mas o cuidado é a melhor forma de combate. O governo, em contrapartida, deve manter a coleta de lixo contínua, o fornecimento de água regular, para evitar o armazenamento pontual, e a limpeza de espaços públicos;, recomenda. ;O elo vulnerável da cadeia de transmissão dessas doenças é o mosquito.;


O servidor público Eduardo Alves da Silva, 50 anos, cuida do jardim semanalmente. A regra é proteger a família de riscos. ;Isso não interfere apenas na casa da gente, mas em toda a comunidade. Agora não é mais uma doença temporária. Significa transtornos para toda a vida, uma vez que microcefalia não tem cura;, argumenta o morador da QSB 8, em Taguatinga Sul.


O Serviço de Limpeza Urbana (SLU), em nota, condenou o modo como o brasiliense descarta o lixo. ;A população precisa colaborar de forma mais efetiva, separando em casa o lixo doméstico seco do úmido. Os resíduos devem ser disponibilizados para as coletas nos dias específicos.; A Secretaria de Saúde ressaltou que, uma vez por mês, a pasta realiza a uma atividade ostensiva de combate ao Aedes aegypti. ;A cada terceira semana do mês, as ações são intensificadas com a parceria de diversos órgãos do GDF.;

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