Cidades

Com queda no fornecimento de luz, população sofre com queima de aparelhos

postado em 27/11/2015 06:00

Tive de cancelar o pedido de muitos clientes porque a CEB me informou que não tinha previsão de restabelecimento. Além do risco de queimar aparelhos caros, não tivemos como trabalhar, visto que isso é totalmente impossível num salão de beleza
Carol Faustine, 28 anos,dona de salão de beleza na Asa Sul

Menos de 24 horas depois de calcular um prejuízo de cerca de R$ 2 mil, a empresária Carol Faustine, 28 anos, passou ontem sob o temor de que um novo apagão afetasse o salão de beleza dela. Localizado na 505 Sul, o comércio está entre os milhares de estabelecimentos e residências prejudicados pelas seguidas quedas de luz na capital federal. A greve dos servidores da Companhia Energética de Brasília (CEB) é um dos fatores que contribuem para o problema. Com a paralisação, deflagrada há 19 dias, apenas 30% do efetivo de funcionários estão em operação. Até a tarde de ontem, a empresa havia contabilizado mais de 3 mil chamados relacionados à falta de luz.

Segundo a empresária Carol, além do salão de beleza, toda a extensão da quadra ficou prejudicada durante o apagão, entre as 15h e as 19h da última terça-feira. ;Tive de cancelar o pedido de muitos clientes porque a CEB me informou que não tinha previsão de restabelecimento. Além do risco de queimar aparelhos caros, não tivemos como trabalhar, visto que isso é totalmente impossível num salão de beleza;, queixou-se Faustine.

Na Asa Norte, comerciantes relataram que o fornecimento registrou oscilação nas quadras 200 e 300. Em uma loja de assistência de equipamentos eletrônicos, um funcionário informou ao Correio que 20 lâmpadas de LED estouraram por causa da instabilidade.

A falha no abastecimento também alcança regiões fora do Plano Piloto. Morador do Condomínio Vivendas Friburgo, no Grande Colorado, o professor Roberto Soares, 49 anos, improvisou para não ficar totalmente no escuro. ;Esta falta de luz é uma coisa recorrente no condomínio e que a CEB faz questão de não solucionar. O fornecimento regular é trifásico, mas, há três dias, apenas a fase da cozinha está funcionando. Comprei extensões e estou puxando a energia de lá;, diz o professor, que viu queimar uma peça de aquário e um telefone sem fio.

Em Santa Maria, o pastor Jaime Maxi, 36 anos, afirma que toda a QR 308 também está sem luz desde o início da semana. ;Vi alguns funcionários da CEB, mas ninguém resolveu o problema. Um transformador teve o canalete desarmado depois de um vento forte. Lá em casa, o congelador está no limite. Vou ter de retirar os alimentos perecíveis e levar para a casa da minha mãe para não perdê-los;, conta.

Greve
Em nota, a assessoria da CEB informou que não há um balanço preciso sobre o total de consumidores afetados pela falta de energia no DF. Segundo o órgão, esse registro é feito pela área técnica, cujos servidores estão de braços cruzados. A categoria reivindica maior índice no reajuste salarial, aumento do piso ; atualmente, de R$ 811,72 ;, pagamento de auxílio-transporte e auxílio-creche e fornecimento de indenização no caso de morte ou invalidez permanente. Ainda de acordo com a distribuidora, as recorrentes quedas de energia são decorrentes das ventanias e da chuva. Em caso de queima de aparelhos eletrônicos, os consumidores podem buscar ressarcimento (leia quadro).

O diretor do Sindicato dos Urbanitários no DF (STIU), Edmilson Silva, afirma que, apesar de a companhia ter apresentado propostas favoráveis aos trabalhadores, os servidores precisam de mais um dia para decidir sobre o encerramento do movimento.

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