Cidades

PM e moradores entram em confronto durante derrubada de casas em Ceilândia

Moradores jogaram pedras contra os policiais. O Batalhão de Choque da corporação, então, precisou ser acionado

Tatiana Meira
postado em 27/11/2015 13:11
Ao todo, 200 construções serão derrubadas
Em coletiva, a presidente da Agefis, Bruna Pinheiro, comentou o resultado das operações realizadas nesta sexta-feira (27/11), no Condomínio Sol Nascente, em Ceilândia. ;Tudo correu como previsto. Há três semanas as famílias foram avisadas de que haveria a derrubada, apesar não termos a obrigação legal de notificar;, disse. Ainda segundo ela, do total de 205 casas, 40 já foram derrubadas. A previsão é de que a operação seja finalizada até a próxima terça-feira (1/12), mas pode ser prorrogada, se necessário.

Bruna relatou ainda que houve resistência de algumas famílias, mas que todas estão recebendo auxílio do GDF. ;O tratamento que o governo tem adotado tentar, de todas as formas, evitar o confronto;, falou. Segundo a presidente da Agefis, pelo menos 15 órgãos participam da operação para que tudo seja cumprido dentro da lei. A área abrigará 900 casas do programa Pró Moradia, todas com moradores cadastrados e contratos já assinados.

Moradores e policiais entraram em confronto durante operação de derrubada de 200 construções de alvenaria na Quadra 105 do Condomínio Sol Nascente, em Ceilândia. Pedras foram atiradas contra policiais militares que estavam no local (cerca de 150 homens). O Batalhão de Choque da corporação, foi acionado.

A PM disparou balas de borracha e usou de bombas de gás para conter os moradores revoltados. Segundo a Assessoria de Imprensa da corporação, alguns moradores foram detidos. Entre eles, há três adolescente e um homem. Os primeiros encaminhados para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) 2, em Ceilândia, e o último para 23; Delegacia de Polícia (P. Sul).

Família resiste, ao subir em telhado de casa

Uma família resistiu à desocupação. Eles ficaram em cima do telhado da casa por, pelo menos, quatro horas, com uma criança de colo. Os militares tentam negociar, mas eles se negam a sair do local. A estimativa inicial da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis), que realiza a operação, era de que as derrubadas terminassem nesta sexta-feira (27/11), o que não ocorreu. A área invadida é destinada a equipamentos públicos.


[SAIBAMAIS]Informações repassadas ao Correio na última terça-feira (24/11), quando a operação teve início, davam conta de que o local receberá o programa ;Pró-Moradia; do GDF, para construção de mais de 2 mil unidades habitacionais, parte integrante do planejamento de infraestrutura para região. Não houve conflito nos dias anteriores.

Segundo informações da Agefis, as casas foram construídas no local a partir de julho de 2014. A maioria, em dezembro do ano passado. Segundo informações do GDF, as famílias retiradas do espaço recebem assistência para mudança e instalação em abrigos públicos. Dependendo da situação, algumas podem ser enquadradas em programas do governo. No entanto, alguns moradores reclamam de que não foram notificados e que os órgãos do governo não têm dado assistência.





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