postado em 09/12/2015 08:30
Há momentos na vida em que a força para seguir adiante vem das mãos de outras pessoas. Familiares, amigos e, às vezes, até desconhecidos que se mobilizam pelo simples fato de fazer a vida de alguém melhor e mais feliz. Nos últimos sete meses, tem sido nesse tipo de apoio que Rodrigo Bobrov Lopes, 39 anos, tem se segurado para cuidar da mulher dele, Renata Miranda Rangel, 34. A servidora pública sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico em 11 de maio e, após 81 dias na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), voltou para casa. Lá são feitos os tratamentos necessários para driblar as sequelas. Sessões intensivas de fisioterapia e fonoaudiologia. Mas custam muito caro: cerca de R$ 7 mil por mês. Preocupados com isso, jogadores de futsal da cidade planejam uma partida especial: #EuJogoPelaRenata. Todo o valor arrecadado com a venda dos ingressos será revertido para o tratamento médico da servidora.
Os R$ 7 mil cobrem apenas para a estrutura home care ; quando o paciente recebe um tratamento similar ao dado em um hospital, com toda a estrutura necessária para sua estabilidade, no ambiente doméstico. Na ponta do lápis, ainda entram gastos, por exemplo, com um tipo de medicamento para engrossar a água. Depois do AVC, Renata precisou fazer uma traqueostomia e, durante os procedimentos no hospital, teve afastamento das cordas vocais. Assim, não consegue beber a água na consistência normal. O pote de espessante custa R$ 75 e dura apenas quatro dias. ;Isso se ela quiser beber apenas água. Se preferir beber, além da água, suco nesse período, o produto não dura nem os quatro dias;, comentou a tia de Renata, Lenir Miranda, 68.
As contas de água e luz da casa onde moram, em Vicente Pires, também inflacionaram. Subiram de R$ 290 para R$ 750. ;Foi preciso fazer uma readaptação do orçamento familiar. Antes saíamos muito, almoçávams fora, a nossa vida social era ativa e, claro, gastávamos com isso. Hoje, não vamos mais. Vai tudo para o tratamento. Fizemos rifas de TV, de ar-condicionado e vamos sortear mais uma no dia 21. E agora os amigos fizeram essa surpresa;, comentou Rodrigo. A ideia do jogo surgiu no tradicional futebol dos amigos. Rodrigo sempre foi muito presente nos torneios de futsal da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB). ;Ele sempre foi muito ativo, jogou muito futebol de salão, sempre saía, inclusive, com a Renata, mas desde o acidente não fazem mais nada. Deixou a vida dele para cuidar dela. Um maridão. Aí pensamos em fazer uma pelada para juntar dinheiro. Mas foi crescendo e, hoje, conseguimos muito apoio e a coisa ficou maior;, explicou o analista de marketing e amigo da família Gustavo Ferreira Farias, 30.
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