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Por falta de reagente, exame não foi feito em vítima de dengue hemorrágica

Cunhada do vice-governador Renato Santana, Maria Cristina Santana Natal, 42 anos, morreu em Brazlândia. Santana criticou o combate do GDF ao mosquito

Otávio Augusto
postado em 29/01/2016 16:33

A cunhada do vice-governador Renato Santana, a enfermeira Maria Cristina Santana Natal, 42 anos, morreu sem ter a dengue hemorrágica detectada por falta de testes no Hospital Regional de Brazlândia (HRB). O Correio mostrou o problema na edição de terça-feira (26/1). O boletim clínico mostra ;falta de reagente; na última segunda-feira (25/1), quando ela deu entrada na unidade às 22h54.

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A família garante que não sabia que a mulher não tinha sida diagnosticada. Após sentir-se mal, Cristina recebeu atendimento na unidade onde trabalhava, mas teve o tratamento completo. o médico receito ;hidratação venosa; (soro na veia) e analgésico.

Entenda o caso

Após dois dias da inauguração da sala de controle das ações de combate ao Aedes aegypti o Executivo local deparou-se com a primeira morte por dengue hemorrágica, a forma mais grave da doença, na capital federal. Maria Cristina pertencia ao quadro da Secretaria de Saúde há 16 anos. A enfermeira era diretoria atenção primaria à saúde no Hospital Regional de Brazlândia (HRB). Além de passar pelo hospital que trabalhava, Cristina também recebeu atendimento no Hospital Regional da Asa Norte (Hran).

Crítica

Ontem, Renato Santana reclamou do combate feito na cidade. Para o número dois do governo, as autoridades sanitárias estão gerindo mal os recursos e atuando pouco no combate. ;Essa é uma operação de guerra que só vamos vencer com trabalho. Tem que se diminuir a quantidade de reuniões e combater o mosquito com o que temos agora. É preciso agir mais em vez de se fazer 50 reuniões para definir o que se vai fazer. O que temos que fazer é óbvio;, disse Renato Santana ao Correio.

A declaração veio a morte de sua cunhada, a enfermeira Maria Cristina Natal, 42 anos, vítima de dengue hemorrágica. Antes, Renato usou uma rede social para reclamar da atuação do controle do Aedes. ;Quantas Cristinas morrem todos os dias pela economia, equivocada, em alguns momentos, de dinheiro na crise enquanto alguns tecnocratas ainda persistem em não se mexer para ver que o mundo real é muito diferente da bolha de gabinetes?;, escreveu.

;Desagradável;

A declaração de Renato repercutiu mal entre a cúpula do governo. ;Achei desagradável. É preciso ter cuidado com as palavras;, afirmou o governador Rodrigo Rollemberg. ;Não sei a quem ou a que ele se referiu. O que eu sei é que há um trabalho intenso de combate à dengue, com centenas de servidores nas ruas, além de homens do Exército. Tenho acompanhado esse trabalho pessoalmente;, acrescentou, ao ressaltar que ;ainda é cedo para avaliar as ações este ano;.

A Secretaria de Saúde, em nota, garantiu que há 3.932 testes para detectar dengue disponíveis na cidade, adquiridos por meio Programa de Descentralização Progressiva de Ações de Saúde (PDPAS), que disponibiliza orçamento para as unidades. A quantidade atual representa menos de 130 itens para cada uma das 31 regiões administrativas. Segundo infectologistas, 350 é suficiente em média para uma semana. O Ministério da Saúde, em nota, informou que o Distrito Federal recebeu 80 quilos de larvicida e 600 litros de adulticida (inseticida) em janeiro.

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