Cidades

Governo cancela evento do bloco "Me engole que eu sou Jiló" na Asa Norte

Segundo a Seops, eles não tinham autorização para fazer a festa

postado em 01/02/2016 21:08

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Foliões do bloco "Me engole que eu sou jiló", que desfila pelo segundo ano consecutivo, foram surpreendidos por uma decisão da Secretaria de Estado de Ordem Pública e Social que mandou cancelar a festa. Segundo a Seops, eles não tinham a autorização. O grupo se reuniu em frente ao Balaio e iriam atravessar a passarela do Eixinho. No entanto, como não podiam mais retornar à Praça da 201 Norte, sob recomendação da PM, seguiram pela via. De lá, foram até ao HRAN e retornaram ao Balaio e fecharam a rua para finalizar a festa.

Segundo a Seops, eles não tinham autorização para fazer a festa

Antes de sairem da Praça dos Prazeres, um dos organizadores subiu ao palco e começou a bradar contra a atitude. "Essa cidade ainda está viva! Nunca pensei que isso aqui fosse um túmulo", disse. Como protesto contra a Lei do Silêncio do Distrito Federal - tema do bloquinho deste ano -, foliões queriam reunir ao menos 600 pessoas no desfile na parte debaixo dos Eixinhos da quadra.

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Segundo o organizador do bloco André Flexa, mais conhecido como Flexinha da Aruanda, o fechamento dos bares deixou Brasília muito triste: "Não tem época mais feliz que o carnaval, mas com essa lei, a cidade ficou muito parada. Aproveitamos também para mostrar a cultura e as festas brasilienses". O Bloco criou uma personagem para ir às ruas, a vilã Lady Silêncio.

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Um dos organizadores do bloco, Manoel Bonduki reafirmou o caráter desobediente do evento. Para o responsável, a PM ;chegou atrapalhando;. ;Você não pode pôr fim a festas e manifestações por causa de um papel. Você não pode colocar os movimentos culturais da cidade em uma planilha. Era um evento com pouca gente;, protestou.

Na opinião do artista Ricardo Teodoro, 36 anos, o protesto é importante. ;Vim para me divertir e para protestar. A cidade se movimentar é uma coisa positiva para todo mundo;, afirmou. Amiga dele, a caçadora de tendências Clarice Garcia, 36, concorda. ;Acho injusto que a cidade tenha que parar por causa do barulho. Mas também não é uma guerra e estou aqui para a aproveitar a época mais festiva do Brasil;, disse.

Primos Guilherme e Rafael Guth, de 33 e 27 anos, respectivamente, não sabiam que o bloco tinha nascido de uma manifestação contra a lei do Silêncio. ;Achamos válido o protesto, mas estamos aqui pela farra. Nem sabíamos que era uma manifestação;, explicou o primeiro. ;A cidade é viva. Isso faz com que as pessoas dialoguem com o governo e que cheguemos a uma solução;, completou o segundo.

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