Cidades

Músico transforma sucata em instrumentos musicais e ferramentas de ensino

Fazer sons novos e diferentes se tornou a brincadeira preferida de Julio, que não precisava de glamour para se divertir

Especial para o Correio
postado em 12/02/2016 06:10 / atualizado em 19/10/2020 17:46


Aos olhos do músico Julio Vasconcelos, 48 anos, latas de metal, garrafas PET, canos de PVC e tubos de plástico não são lixo. Quando se depara com esses objetos, ele vê flautas em potencial, chocalhos e tambores por nascerem e dezenas de músicas que ainda serão compostas. Logo cedo, aos 12 anos, quando ganhou um gravador de presente, ele percebeu a magia de juntar esses materiais e elaborar instrumentos alternativos. Fazer sons novos e diferentes se tornou a brincadeira preferida de Julio, que não precisava de glamour para se divertir: copos da cozinha de casa, latas que iam para o lixo e a própria voz eram suficientes para prender a atenção e garantir bons momentos com o gravador na mão.

Conforme o interesse por instrumentos alternativos se expandia com o passar dos anos, ele percebeu que não era apenas uma brincadeira de criança. Ao juntar criatividade e algumas notas musicais, Julio transformou o que seria lixo em música, e ela, em profissão.

Quando resolveu ingressar na carreira, o importante, para ele, era que o som tivesse algum valor social. Com esse objetivo em mente, migrou dos bares, nos quais tocou violão durante mais de uma década, para as escolas. “Na época em que trabalhava na noite, eu sempre ia embora com um vazio, porque as pessoas não iam para ouvir música, mas para passear, comer e beber. O som ficava de lado, morria lá mesmo”, lembra. Foi em 2000 que ele identificou a solução: precisava aliar elementos educativos para dar sentido ao trabalho.

Começou, então, a fazer apresentações, contar histórias e montar oficinas nas escolas públicas. Aos 33 anos, passou a ensinar as crianças de até 8 a elaborarem os próprios instrumentos. Não teve do que reclamar da recepção nos colégios. “Crianças têm o coração aberto. As escolas não só aceitam, como pedem para a gente ir”, comenta Julio.

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