Cidades

Em meio a lágrimas e canções, brasilienses se despedem de Evandro Barcellos

Fundador do Clube do Choro morreu aos 55 anos. Velório aconteceu na tarde desta quinta-feira

postado em 03/03/2016 19:03
Na tarde de quinta-feira (03/02) família, amigos, músicos e ex-alunos despediram-se do músico do Evandro Barcellos, 55 anos. O velório aconteceu no templo ecumênico 2 do cemitério Campo da Esperança. O adeus ao fundador do Clube do Choro foi marcado pelo repertório de chorinho que durou até que a última flor fosse depositada sobre o caixão do artista.
Uma banda se instalou no canto do templo ecumênico, compôs a despedida. Em meio à música, muitos se emocionaram. Entre os presentes estava a ex-aluna de Evandro, Isadora Freire. Ela contou que o último encontro com o mestre violinista foi em seu casamento, e que Evandro chegou a tocar na festa. Sobre a morte precoce do músico ela acredita que Brasília perde uma referência musical. ;É difícil medir a perda;, comentou.

O fim do cortejo foi marcado pela música ;A amizade; da banda Fundo de Quintal, cantada por todos que seguiam. Amigos, estudantes e músicos cantavam e choraram e, ao fim, a música parou.

Último trabalho

Evandro tocava por prazer com amigos aos domingos em um restaurante na Vila Planalto. Um deles é Félix José dos Santos, que esteve presente na última gravação do violista com quem chegou a gravar um CD. Além de músico, Evandro foi produtor e teve participação no trabalho de muitos artistas da cidade.

O músico passava por sessões de hemodiálise há 30 anos. Ainda assim, era ativo na cena musical brasiliense. Participou de duas rodas de choro no carnaval desse ano mas, depois da folia, foi internado para fazer uma cirurgia de troca da prótese de quadril. Segundo amigos, ele não gostava de preocupar ninguém, então apenas avisou a família sobre a cirurgia que faria.

Devido ao histórico de saúde, o seu estado se complicou no processo pós-operatório por conta de uma infecção, que foi acompanhada pelo amigo e médico, e também músico, Manoel Abreu Junior. ;Eu dei todo apoio e orientação a família, agi como médico, mas quando estava tocando no Clube do Choro na terça-feira e recebi a notícia do falecimento dele, eu desabei de choro, sempre fomos amigos;, desabafou.

Com informações de Maria Clara Monteiro.

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