Cidades

Distritais são levados para depor sobre suposto esquema de propina

A polícia busca provas da prática de crimes de corrupção ativa, passiva ou concussão, envolvendo o pagamento de propina de R$ 31 milhões a parlamentares

postado em 23/08/2016 09:26
Homens da Polícia Civil também cumprem mandados de busca e apreensão no prédio da Câmara Legislativa. As medidas têm como objetivo buscar e apreender elementos que comprovem o esquema criminoso
Os deputados distritais Celina Leão (PPS), Cristiano Araújo (PTB), Bispo Renato (PR) e Raimundo Ribeiro (PPS) prestam depoimento na Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública (Decap), na manhã desta terça-feira (23/8). A polícia busca provas da prática de crimes de corrupção ativa, passiva ou concussão, envolvendo o pagamento de propina de R$ 31 milhões a parlamentares da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

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[SAIBAMAIS]Os quatro cumprem mandados de condução coercitiva na Operação Dragon, deflagrada na manhã desta terça-feira (23/8). Nenhum deles se manifestou. Homens da Polícia Civil também cumprem mandados de busca e apreensão no prédio da Câmara. As medidas têm como objetivo buscar e apreender elementos que comprovem o esquema criminoso. A verba é relativa a sobras orçamentárias da Câmara do ano de 2015, e teria sido destinada às empresas que prestam serviços à Secretaria de Saúde do DF.

Entenda o UTIgates
O Ministério Público do Distrito Federal abriu, na última quinta-feira (18/8), uma investigação para apurar o envolvimento da cúpula da Câmara Legislativa em um suposto esquema de cobrança de propina. A suspeita é de que a deputada Liliane Roriz (PTB) e Celina Leão (PPS) discutiram a liberação de recursos para o pagamento de dívidas de UTIs do Distrito Federal mediante a cobrança de propina de empresários do setor.

O escândalo surgiu a partir da divulgação de áudios gravados por Liliane Roriz e entregues ao MPDFT. Em uma conversa entre ela e Celina Leão, as duas falam sobre "um projeto" relacionado à destinação de emendas. Após o vazamento, o órgão instaurou um procedimento de investigação criminal para analisar o conteúdo dos áudios.

No ano passado, a Câmara Legislativa economizou cerca de R$ 30 milhões em relação ao orçamento inicialmente previsto para a manutenção da Casa. Em dezembro, os parlamentares começaram a discutir o remanejamento desses recursos. De acordo com a denúncia de Liliane, esse montante seria destinado à reforma de escolas públicas. A Mesa Diretora, porém, teria decidido mudar o repasse de última hora, remanejando a bolada para pagar clínicas e hospitais que ofereceram serviços de UTI ao GDF em 2014, mas não haviam recebido o valor devido. Dessa forma, a operação, autorizada pelo Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), busca provas dos crimes de corrupção ativa, passiva ou concussão envolvendo os distritais e servidores.

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