Cidades

"Trama ardilosa" na Pandora: Arruda pede investigação contra Sombra

Os advogados do ex-governador querem que o jornalista, testemunha do processo, seja investigado pelo recebimento de pelo menos R$ 300 mil. Também pedem a quebra de sigilo bancário de empresa ligada ao desafeto do ex-chefe do Executivo local

Helena Mader
postado em 22/09/2016 06:00
Os advogados do ex-governador querem que o jornalista, testemunha do processo, seja investigado pelo recebimento de pelo menos R$ 300 mil. Também pedem a quebra de sigilo bancário de empresa ligada ao desafeto do ex-chefe do Executivo local
Prestes a ser julgado em 10 ações penais relacionadas à Operação Caixa de Pandora, o ex-governador José Roberto Arruda pediu à Justiça que seja reaberta uma investigação contra um de seus maiores algozes: o jornalista Edson Sombra. Em fevereiro de 2010, Arruda foi preso por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), acusado de tentar subornar Sombra, que era testemunha do suposto esquema de corrupção. Mais de seis anos depois, o ex-chefe do Executivo local tenta mostrar ao Judiciário que o episódio que o levou à cadeia foi ;uma trama ardilosa;, que teria sido arquitetada pelo jornalista e pelo delator do esquema, Durval Barbosa. Arruda acusa Sombra de ter recebido R$ 300 mil um dia após o episódio da extorsão (leia Memória). À época, o caso foi investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), que optaram pelo arquivamento das denúncias contra o jornalista.

A petição apresentada pelos defensores de Arruda informa ;a descoberta de fatos gravíssimos, diretamente relacionados ao objeto da ação;. ;A defesa afirmou, e agora reforça, que os fatos que levaram à sua prisão se trataram de engenhoso embuste, ardilosa trama ensaiada, com sucesso, pela pessoa de Edson ;Sombra;, em contracena com Durval Barbosa;.

Os advogados alegam que familiares de Sombra teriam recebido um ;depósito injustificado; no valor de R$ 1 milhão. A defesa de Arruda argumenta que um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) teria atestado a ocorrência de movimentação financeira ;atípica e suspeita;, realizada por parentes do jornalista, inclusive um saque de R$ 300 mil em 5 de fevereiro, um dia após o episódio da suposta tentativa de extorsão de Sombra, o que levou o ex-governador à prisão uma semana depois. ;Segundo o relatório policial, a conta bancária sacada é de titularidade da empresa O Distrital Mídia Ext Ltda. E, ainda, curiosamente, não apresentava qualquer movimentação fiscal desde o ano de 2007;, argumenta a defesa de Arruda na petição entregue à Justiça.

De acordo com o documento dos advogados do ex-governador, o relatório teria indicado que o saque de R$ 300 mil, ;além de ser uma quantia consideravelmente elevada para uma empresa que não teve nenhuma movimentação fiscal desde 2007, vale destacar a data do saque do dinheiro, isto é, 5 de fevereiro de 2010;.

Relevância

O advogado de José Roberto Arruda, Paulo Emílio Catta Preta, que assina a petição, explicou que a defesa decidiu protocolar o pedido porque as informações, divulgadas por um blog da cidade em 26 de agosto, eram de extrema relevância. ;A nossa apuração revelou algo documentado e que nos pareceu gravíssimo. Tudo é muito esquisito, o próprio Coaf estranhou esse saque de R$ 300 mil em uma empresa sem movimentação desde 2007. E o fato de tudo isso estar ligado ao pivô da prisão de José Roberto Arruda só aumenta as suspeitas;, explicou Paulo Emílio.

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