Cidades

Longe das urnas, brasiliense assiste acirrada disputa a poucos quilômetros

No meio da briga por votos, os moradores de lá, que muitas vezes mantêm estreitas relações com os daqui, sofrem sem infraestrutura básica

postado em 25/09/2016 08:01
Bandeiras e distribuição de panfletos fazem parte da paisagem das cidades goianas: tem candidato que paga até R$ 1,2 mil por 40 dias de trabalho

O quadro político dos municípios de Goiás está prestes a ser definido. Cerca de 4,4 milhões de eleitores vão às urnas, no próximo domingo, escolher vereadores e prefeito para administrar, nos próximos quatro anos, 246 municípios, muitos deles ligados diretamente ao Distrito Federal. O Correio percorreu parte do Entorno e se deparou com o clima de disputa nas ruas ; santinhos, adesivos nos carros, bandeiras dos candidatos e dos respectivos partidos, além de corpo a corpo com os eleitores para conquistar o voto dos que ainda estão indecisos. Se deste lado, a briga é pelo resultado favorável nas urnas, do outro, o pleito é totalmente diferente: a briga é por educação, saúde, segurança e infraestrutura, em falta na maioria das cidades.

A relação quase que direta entre alguns municípios goianos e o DF criou uma histórica lista de alianças entre os políticos daqui e do Entorno. Um dos motivos: saber que os habitantes do Entorno usam os serviços do DF, como saúde e educação. Em Valparaíso, por exemplo, pelo menos 15% dos moradores trabalham na capital federal.

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Mas, seja político do DF, seja do Entorno, todos são acudados pela população de só aparecem de quatro em quatro anos para pedir um voto de confiança. Definido o resultado das urnas, os eleitores ficam largados à poeira, à criminalidade, à falta de médicos. ;Perto da eleição, fica assim: a rua cheia de gente fazendo campanha e os políticos, cheios de promessas. Mas, na hora, não cumprem. Eu fui assaltada em 2014, e quase todo dia há um relato. É às 5h, às 6h, às 22h, e não se vê um carro de polícia;, conta a assistente administrativa Sandra Ergang, 43 anos, moradora de Valparaíso. Ela vive no Bairro Pacaembu ; Cidade Jardins, e reclama de mais um problema, a falta de passarelas para pedestres. ;Arriscamos a vida todos os dias ao atravessarmos a BR;, afirma.



Assim como em todos os municípios, Valparaíso sofre com a discrepância de um canto para outro. Em uma rua, asfalto. Na outra, terra. A diferença, às vezes, é vista em um mesmo bairro. A contadora Thaís Michele da Silva Marques, 33, sabe bem como é. Ela mora no Setor de Chácaras e diz que a rua dela é uma das únicas que não foram asfaltadas. A queixa maior, no entanto, é em relação à segurança. ;Aqui, os pontos de droga são muito descarados. Todo mundo sabe onde estão, mas ninguém faz nada. Eu, que tenho filhos, fico muito preocupada;, declara. Thaís ainda não escolheu em quem vai votar, mas alguns, já poderá tirar da lista. Três candidatos a vereador tiveram a candidatura impugnada, um deles por ser ficha suja.

Candidaturas
O Cartório Eleitoral de Valparaíso também contabilizou sete renúncias. Um processo de análise de candidatura ainda aguarda recurso da defesa. Já os quatro candidatos registrados para o Executivo ; Afrânio Pimentel (PR), Roberto Martins (PT), Iraquitan (PCdoB) e Pabio Mossoró (PSDB) ; tiveram o registro validado e continuam na disputa. O prazo para essa definição acaboou no último dia 12.

Em Luziânia, o número de candidatos a prefeito caiu de quatro para três. O atual chefe do Executivo da cidade, Cristóvão Vaz Tormin (PSD), estava na corrida pela reeleição, mas teve a candidatura indeferida (leia na página 22). Vereadores são 325, de acordo com as informações do site das Eleições 2016. O Correio procurou o Fórum da cidade, o cartório eleitoral, mas não foi informado sobre a situação final das candidaturas e outras possíveis impugnações.

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